domingo, 9 de dezembro de 2007

A Exigência no Amor!

A Exigência no Amor!


“Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Dezembro nos grupos de Amor-Exigente é um momento especial e a emoção, invariavelmente, nos toca facilmente.
Para os coordenadores de grupos, ao olharem aqueles que passaram pelos 11 princípios e agora ali estão com um olhar diferente, um brilho e uma postura que nos deixa encantados.
Você os conhece, você os acompanhou nesta trajetória e percebeu o quanto lutaram para chegar até este mês com muita dignidade e esperança.
Dezembro é especial mesmo.
Porém, o amor precisa ser refletido em toda a sua abrangência e este mês proporciona esta reflexão.
Amar é fácil?
Se eu partir da idéia do que coloquei no início do texto “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, e notem que eu não coloquei o autor que escreveu este mandamento. E não fiz por considerar que ele, muito mais do que estar ligado a uma religião, é uma fórmula mágica.
Notem que este mandamento tem uma proximidade muito grande com o Amor-Exigente. O princípio de cada mês sempre começa em mim e depois no outro.
Ora, se eu não me amo como posso amar o outro?
Quem ama não exige do outro, exige de si mesmo. Exigir do outro é como considerar que o amor seja uma obrigação e não uma doação.
Por isso que eu não posso exigir que o meu filho me ame. Posso exigir sim que ele me respeite.
Agora, devemos amar ao outro tanto quanto nos amamos, nem mais nem menos. Pois, se você amar o outro menos do que você ama a si mesmo, você estará sendo egoísta. Você é uma pessoa que só pensa em si mesmo. Este amor não dará certo. Agora, se você o outro mais do que você ama a si próprio, você estará se colocando em segundo plano. Você vai se sentir inferior e cobrará dos outros um amor a mais do que você deveria sentir por si mesmo.
Por isso que a Marina Canal e o Helio Caetano colocam no livro Amor-Exigente Espiritualidade Uma Nova Vida, que o amor começa a ser construído no amor-próprio e que é aprendendo a amar a si próprio que as pessoas aprendem a amar o outro.
A falta de amor-próprio faz com que a pessoa acabe tornando-se permissiva, insegura, infeliz, inferior, medrosa e caba fazendo o que os outros querem que ela faça. E, pode ter certeza, esta pessoa será candidata a codependência.
E a codependência de quem não ama a si próprio, acontece quando esta pessoa esta empenhada desesperadamente em satisfazer os desejos do outro como forma de garantir um sentimento, que poderá ser amor ou afeição, que esta pessoa pode sentir por ela.
A pessoa que não ama a si próprio não reconhece em si qualidades e talentos e se acha inferior às outras pessoas.
O amor é o alimento da alma assim como a comida é para o corpo. Sem comida o corpo enfraquece e sem amor a alma também enfraquece.
A pessoa que ama e respeita si mesmo, também vai respeitar os outros. Pois ela sabe o quanto é fundamental para ela amar e respeitar a si mesmo e o quanto tal atitude exige de esforço e constância de objetivo.
Um outro aspecto do amor é que eu preciso me considerar digno de amar e de ser amado. Por mais que tenhamos passado por dificuldades em nome do amor, eu não posso perder a referência positiva do que seja amar e ser amado.
Normalmente relacionamos amor com dor, com perda de identidade e vamos assumindo o pensamento que o melhor é não amar. Assim, eu não me exponho e não sofro.
A pessoa que ama a si mesmo com equilíbrio e dignidade, desfruta tanto do amor e se torna tão feliz consigo mesmo, que o seu amor começa a contagiar os outros. E este viver feliz em virtude do amar-se, começa a ser compartilhado e os outros vão gostar de estar com você.
Perceba porque as pessoas gostavam de ficar perto de Jesus, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Chico Xavier e tantos outros que transbordavam de amor.
Não esqueça, o amor é uma opção espontânea e livre. Amar a si mesmo é um requisito para vivenciar a felicidade.
E o nosso trabalho no Amor-Exigente, enquanto coordenadores de grupos e ser um bom ouvinte. E um bom ouvinte oferece a dádiva da empatia que assegura ao outro que ele não está só. E esta dádiva de sair de si e de alguma forma permanecer com o outro é uma dádiva muito preciosa.
E esta dádiva eu chamo de Amor.
Jamais esmoreçam neste trabalho magnífico que todos vocês estão fazendo.
Quando pintar aquele sentimento de cansaço e desânimo, peça ao nosso Deus a força necessária para continuar seguindo em frente trilhando este caminho de luz e de bênção.
Deus em sua imensa sabedoria e bondade dá a cada um de nós a oportunidade para que possamos expressar o nosso Amor aos nossos semelhantes de várias formas. E eu não tenho a menor dúvida de que todos os que hoje doam o seu tempo nas reuniões de Amor-Exigente, estão expressando o seu Amor através da dedicação ao próximo.
E eu particularmente, me sinto um felizardo e agradeço todos os dias a Deus por ter colocado pessoas maravilhosas para ajudar o Amor-Exigente a ajudar a quem precisa.
Este Natal vai ser o Natal de nossas vidas e o melhor Natal de muitas pessoas que freqüentaram e que ainda freqüentam as nossas reuniões.
Quando estivermos comemorando o Natal com os nossos familiares, vamos pensar em cada um que participa de nossas reuniões como se fossem nossos familiares. Afinal, somos todos irmãos em Cristo.
É uma dádiva ser Coordenador do Amor-Exigente em Santa Catarina tendo vocês como companheiros e irmãos de caminhada.

Um Feliz Natal e um Ano Novo de grandes realizações a todos.


Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador do Programa do Amor-Exigente em Santa Catarina







sexta-feira, 30 de novembro de 2007


Amor-Próprio

Existe uma tremenda culpa nesta sociedade. Muitas das ligações entre as pessoas provêm do plexo solar, o centro do poder, de onde as pessoas tentam persuadir, convencer, controlar e manipular os outros.
Amar a si mesmo significa sair desse tipo de relacionamento. Para fazê-lo, você precisa livrar-se da culpa.
Se você não jogar o mesmo jogo que os outros à sua volta, poderá notar que eles se sentem ameaçados.
Eles querem que você pense e aja de determinada maneira, para enquadrar-se em suas imagens; dessa forma, tentam ganhar poder sobre você através da culpa.
Muitas vezes os pais não conhecem outro meio de manter o controle; usam a culpa, a raiva e a retirada do amor para dominar os filhos.
Quando se sente forte e com o controle da sua vida, você pode agir a partir do coração. Quando sente falta de controle, poderá sentir que precisa manipular ou envolver-se em conflitos de poder para obter o que deseja.
Você poderá pensar que precisa pedir desculpas pelo seu comportamento, ou dizer mentiras justificáveis para proteger o sentimento das outras pessoas.
Quando você age dessa maneira, não está amando a si próprio; em vez disso, está enviando ao seu subconsciente a mensagem de que aquilo que você é não é o suficiente ou aceitável para as outras pessoas.
Se você quiser ser livre, é importante também não manipular os outros, mas dar-lhes a sua liberdade.
No início poderá sentir como se tivesse perdido uma parte do controle, ao conceder às outras pessoas o direito de fazer o que quiserem com suas vidas.
Mas estará criando entre ambos um nível inteiramente novo de honestidade e de amor, o que não poderia ocorrer sem a sua coragem e disposição para afrouxar o controle.
Você pode aprender a não ligar para as reações dos outros e para as suas próprias emoções, se o tiram do seu centro calmo e claro.
Amar a si mesmo significa afirmar-se com compaixão.
Quando você está determinado a mostrar aos outros quem você é, você lhes abre a porta para que também exponham o seu verdadeiro ser.
O julgamento é o obstáculo ao amor-próprio. Toda vez que você julga, você separa.
Quando você forma opiniões a respeito das outras pessoas, olhando para ela e dizendo, por exemplo “essa pessoa me parece preguiçosa, ou fracassada, ou usa roupas horríveis” você cria para o seu subconsciente a mensagem de que o mundo é um lugar onde é melhor você agir de certa maneira se quiser ser aceito.
Rejeitando as outras pessoas com seus julgamentos, você estabeleceu no seu subconsciente a mensagem de que só aceitará a si mesmo sob certas condições. Isso leva a um diálogo interior de autocrítica.
Pode também trazer de volta para você muitas imagens negativas do mundo exterior, pois, uma vez tendo emitido essas imagens, você criou um caminho para que elas retornem.
Observe as mensagens que você emite para as outras pessoas.
Você as aceita de modo afetuoso, sem criticá-las ou rebaixá-las? Sorri para elas? É gentil para com elas, permite que se sintam bem consigo mesmas ou fica parado sem lhes dar atenção? Se as aceita, mesmo que apenas telepaticamente, você as ajuda a encontrar o seu ser mais elevado.
Você verá que as outras pessoas também o aceitarão de forma afetuosa. Suas crenças sobre a realidade criam a experiência que você tem da mesma. Isso pode acontecer de forma muito sutil.
Se você pensa que as pessoas não o aceitam como é, que deve fazer de tudo para agradá-las, você atrairá esse tipo de pessoa para a sua vida.
Talvez você verifique que acaba vendo seus amigos em ocasiões em que eles estão cansados e sem disposição para dar de si.
Seja o que for que acredite ser verdadeiro nos seus amigos ou em quaisquer pessoas com quem se relaciona, você criará a experiência dessa coisa. Se disser “esse homem é cordial e afetuoso comigo”, você criará isso no seu relacionamento.
Para vivenciar um estado mais elevado de amor-próprio, comece por identificar o que considera verdadeiro quanto ao modo como o mundo funciona.
Se pensar que o mundo é frio e sem consideração, ou que precisa trabalhar arduamente para conseguir realizar o que quer que seja, essa convicção é um obstáculo entre você e o amor-próprio.
Uma crença é aquilo que você considera ser verdadeiro a respeito da realidade. Você poderá dizer “é um fato que, quando sorrio para as pessoas, elas sorriem de volta”, mas isso pode ser uma realidade para você e não para os outros.
Na verdade, devido a essa crença, você poderá resolver subconscientemente sorrir somente para as pessoas que retribuirão o seu sorriso.
Se você acreditar que as pessoas nunca lhe retribuirão de volta, você escolherá automaticamente sorrir para pessoas que nunca lhe darão retorno.
Se você quiser experimentar um mundo atencioso e que fortaleça as suas imagens de amor-próprio, comece a observar o que está dizendo a si mesmo a respeito do mundo.
Você pode mudar o seu relacionamento com as pessoas e com o mundo alterando as suas expectativas. Costuma-se dizer “o mundo poderá não ser justo, mas é correto”, e isso significa que o que você ganha é precisamente aquilo que espera e acredita que receberá.
Se estiver numa profissão na qual “sabe” que é difícil ganhar dinheiro, e disser “poucas pessoas ganham dinheiro no meu ramo”, você criará isso como um fato para si mesmo. Você sustentará uma certa visão da realidade, e essa será a sua experiência, não apenas a da sua carreira, mas também a de outras pessoas que encontram-se no mesmo ramo.
Tudo o que você precisa fazer é alterar o que espera que aconteça, e o mundo será diferente para você.
Outra qualidade do amor-próprio é o perdão.
Talvez você apegou-se a questões antigas, sentindo raiva continuadamente. Talvez tenha sido irritação consigo próprio, ou com outra pessoa, que o desapontou.
O Eu superior sabe o que é perdoar. Se houver alguma coisa à qual está se apegando – raiva, uma ofensa ou um sentimento negativo a respeito de outra pessoa – você mantém isso na sua aura.
A pessoa da qual tem raiva é afetada, mas não tanto quanto você. Tudo o que estiver carregando dentro de você contra outra pessoa permanece na sua aura e age como um ímã para atrair ainda mais coisas do mesmo tipo.
Existe definitivamente uma razão para o perdão, pois ele limpa e cura a sua aura.
O amor-próprio também envolve a humanidade, que é a auto-expressão a partir do coração, e não do ego.
A humanidade afirma “estou aberta. Estou disposta a ouvir. Talvez eu não tenha todas as respostas”.
A humildade é uma das qualidades que lhe permitirão receber mais, pois a humildade implica receptividade.
Não significa falta de autoconfiança, mas uma grande porção de fé e confiança em si mesmo.
Somente os que se sentem bem consigo mesmos podem expressar humildade.
Aqueles que agem com muita arrogância ou com fria confiança são os que carecem das reais características que tentam projetar.
As pessoas que prezam a si mesmas mostram que são bastante amáveis, generosas e bondosas; expressam sua auto-confiança através da humildade, do perdão e da compreensão.
Se você conhece pessoas que aparentam ser muito sábias, mas rebaixam os outros, rejeitam os amigos, fazem as pessoas sentirem-se mal consigo mesmas – por mais elevadas que sejam as suas palavras ou aquilo que ensinam - , pode ter a certeza de que não amam a si mesmas.
Amar o próprio ser envolve fé, confiança, crença em quem você é e uma disposição de agir de acordo com isso.
Sentir essa fé e confiança não é suficientemente; você precisa experimentá-la no seu mundo exterior.
Você é um ser físico, e a alegria está em ver à sua volta as coisas que expressam a sua beleza interior – um jardim, flores, árvores, a sua casa, o mar.
Todas essas coisas são recompensas por você confiar em si mesmo, por agir de acordo e por fazer o seu caminho e a sua visão serem seguidos pela ação.
O desafio último do amor-próprio é agir de acordo com ele, falar francamente às pessoas, e criar no mundo o seu céu na terra.
Não é suficiente simplesmente conceder e irradiar amor; amar o próprio ser também envolve receber amor.
Se você está dando amor às pessoas, mas elas não podem recebê-lo, então o seu amor não tem para onde ir. Você presta a todos um grande serviço dispondo-se a receber o amor delas.
Uma das maiores dádivas que você pode conceder aos outros é abrir-se ao amor que eles têm por você.
Qualquer relacionamento masculino-feminino, ou entre dois homens ou duas mulheres, será bem-sucedido na medida em que cada um puder receber o amor do outro.
Mesmo que você esteja dando cem por cento, se a outra pessoa estiver recebendo apenas cinqüenta por cento, o que você está dando a ela é reduzido pela metade.
Se o que a pessoa devolve for apenas cinqüenta por cento e você puder receber apenas cinqüenta por cento disso, o que você recebe de volta é apenas vinte e cinco por cento, e assim por diante.
O resultado é que ambos sentem cada vez menos amor um do outro.
Para sentir um amor maior na sua vida, disponha-se a receber dádivas dos outros, ofertas e amor, amizade e apoio.
Se quiser introduzir o seu Eu superior na vida diária e aumentar o seu amor-próprio, tome uma das características da alma e, sempre que tiver um momento livre, pense nela.
Algumas delas são: paz, estima, humildade, harmonia, alegria, gratidão, saúde, abundância, liberdade, serenidade, força, integridade, respeito, dignidade, compaixão, perdão, vontade, luz, criatividade, graça, sabedoria e amor.
Tomando essas qualidades e refletindo ou meditando sobre elas, você as magnetizará na sua aura, fará com que aumentem e atrairá para você o reconhecimento delas pelas outras pessoas.
Seja o que for que você pense, assim você é.
Se cada dia você tomar uma das qualidades do Eu superior, ponderar sobre ela e identificar-se com ela, criará isso como uma experiência de si próprio.
O amor- próprio implica o respeito ao ser e o viver num propósito mais elevado.
Quando você valorizar a si mesmo, ao seu tempo, ao seu amor e à sua visão, os outros também o farão.
Antes de encontrar seus amigos, pergunte a si mesmo qual o propósito mais elevado que podem criar em conjunto.
Você já esteve na casa de alguém, na verdade querendo sair, mais hesitando por não querer ferir os sentimento de outra pessoa?
Se isso aconteceu, você valorizou mais a ela do que a si próprio.
Esteve transmitindo a ela telepaticamente a mensagem de que ela não precisava respeitar o seu tempo ou você, e não admira que ela não dê valor a você depois de algum tempo.
Sempre que você valorizar e respeitar a si mesmo, dizendo quem você é realmente e agindo de modo apropriado, não é só você quem evolui, mas ainda ajuda a outros com o seu exemplo.
A incapacidade de dizer “não” às pessoas reflete uma visão de mundo de que os sentimentos dos outros são mais importantes que os seus, de que os direitos delas são mais significativos e devem ser considerados em primeiro lugar.
Agindo assim, você cria bloqueios de energia em seu interior, dando apoio ao ressentimento, à raiva e à mágoa, que então permanecem na sua aura e atraem ainda mais coisas desse tipo.
O amor-próprio provém do coração e implica a capacidade de ser gentil e dar amor incondicional às outras pessoas.
Algumas pessoas pensam que amor-próprio significa agir com decisão e usar a vontade de modo agressivo, negando os direitos dos outros.
Você tem visto pessoas que conseguem o que querem e não se importam com o que causam às outras pessoas. Você as chama de desumanas.
Muitas vezes, de modo semelhante você pode estar sendo agressivo consigo mesmo, quando uma parte de você domina e controla as outras partes.
Às vezes a vontade age como se fosse uma inimiga, tentando forçá-lo, dirigi-lo ou leva-lo a fazer certas coisas.
Ela poderá impor-se a você, como se fosse um de seus pais. Para tornar as coisas ainda mais piores, você poderá pensar que aquilo que a sua vontade o está forçando a fazer é para o seu bem.
Por exemplo, talvez você se repreenda constantemente por não ser mais organizando, ou por não começar algo que está postergando.
Talvez você faça grandes listas de coisas a serem feitas, e então se sinta mal se não as fizer.
Isso é dar razão à vontade e achar que o seu outro ser está errado, o ser que está resistindo à direção da vontade.
Nesse caso, você está usando a sua vontade contra si mesmo. É bem possível que o seu Eu superior tenha criado a resistência para resguardá-lo de fazer certas coisas, e que o esteja dirigindo para outras partes.
Caso seja usada em conjunção com o coração, para ajudá-lo a seguir um caminho de que você goste, a sua vontade pode ajudá-lo a aumentar o seu amor-próprio.
A vontade pode dirigir o foco de sua concentração. Quando está ligada àquilo que você gosta de fazer, suas possibilidades são infinitas e você pode transcender todos os limites.
Já notou que quando você gosta de fazer algo, digamos, o seu passatempo predileto, você pode trabalhar horas a fio e pode facilmente dizer não às distrações? A vontade é uma força semelhante a um rio com o qual você pode fluir ou contra o qual pode tentar nadar.
Você pode usá-la para acenar-lhe e convidá-lo a iniciar o seu caminho mais elevado ou para puni-lo constantemente por aparentes transgressões.
Qual o sistema que o motiva? Sua vontade está ajudando você a aumentar o seu amor-próprio através da concentração no seu caminho de objetivos mais elevados, e a criar a intenção e a motivação para a ação?
Em último lugar, mais nem por isso o menos importante, não se leve tão a sério. Ria e divirta-se.
Não é o fim do mundo se algo não dá certo.
O bom humor talvez seja uma das maiores portas para o amor-próprio.
A capacidade de ir, de sorrir para as outras pessoas e de colocar seus problemas em perspectiva é um talento evoluído.
As pessoas que agem a partir de um alto nível de amor-próprio são, muitas vezes, cheias de humor, possuem grande perspicácia e gostam de provocar a jocosidade infantil nos outros.
Elas estão dispostas a ser espontâneas, freqüentemente encontraram razões para sorrir, são capazes de deixar os outros à vontade de ser, elas mesmas, felizes.
Na próxima semana, ao observar as pessoas com quem você se relaciona, pergunte a si mesmo (e sem julgamento): “Essas pessoas amam a si próprias?” Se estiver sentindo dificuldade com elas, observe a área dos problemas e pergunte-se: “Elas se amam nessa área?”.
Transmita-lhes compaixão, para que a usem de modo a criar o seu bem mais elevado, e desfrute o amor que acabou de irradiar na medida em que ele retorna a você, para usa-lo para o seu bem maior.


(Recebi este texto e estou compartilhando - quem enviou não colocou o autor)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Exigência na Disciplina!

Exigência na Disciplina!


A minha forma de estar no mundo, a minha postura
está diretamente relacionada com a minha disciplina.



Parece engraçado começar um texto dizendo que a forma como eu me encontro no mundo e a minha postura neste mundo está diretamente relacionada com a minha disciplina.
Sempre ouvimos dizer que disciplina e castigo andavam juntos e eram amigas inseparáveis. Como posso relacionar castigo com postura de viver?
É justamente ai que está à contradição.
Quando procuramos o significado do que seja disciplina, lá vêm “ordem imposta ou livremente consentida”, ordens conveniente e necessária ao funcionamento regular de uma organização, relações de subordinação com o mestre ou instrutor, observância de preceitos ou normas, ensino, instrução e educação; e o que mais gosto, que significa "aquele que segue”.
Por isso não vou levar em consideração castigo como sendo algo relacionado à disciplina ou puramente resumi-la à execução de tarefas e sim, como uma postura e a forma como eu estou no mundo.
Por isso que disciplina tem tudo a ver com o caráter e valores como à integridade e responsabilidade. Aliás, disciplina está diretamente relacionada com responsabilidade.
Percebam porque eu escrevi que disciplina tem a ver com a minha postura em relação ao mundo? É como eu me relaciono com o que está ao meu redor e, principalmente, comigo mesmo. Daí, a necessidade da responsabilidade com o que eu traço como objetivo ou meta para a minha vida.
Tom Chung – psiquiatra – diz que disciplina é uma força moral que leva o indivíduo a fazer o que tem de ser feito, independentemente da própria vontade e da emoção. Você tem uma visão sobre o que pretende realizar, define o que precisa fazer para conseguir seu objetivo, assume o compromisso com sua causa e simplesmente faz. Isso é agir com disciplina.
Por isso que falamos tanto em metas nas nossas reuniões de Amor-Exigente e a necessidade do compromisso com a sua realização. Quem não está comprometido e compromissado com a meta, dificilmente vai realizá-la. Dificilmente atinge os seus objetivos.
Vale lembrar que no Amor-Exigente o mais importante não é a velocidade com que você procura atingir os seus objetivos e sim a constância na realização dos objetivos.
E o mais interessante é que a exigência na disciplina pode ser uma ferramenta de crescimento. Sim, pois só conseguimos crescer quando estamos permanentemente buscando aprimorar-nos na busca dos nossos objetivos, e isto só é possível através da exigência na disciplina.
Porém, devemos tomar um cuidado para que não sejamos sabotadores de nós mesmos. A exigência na disciplina deve trabalhar a meu favor e não contra mim. É preciso conhecer os meus limites para que eu não imponha objetivos além do que eu realmente posso realizar. Lembram do nosso 3º Principio?
E quando eu percebo que a exigência na disciplina realmente é uma postura que deve começar em mim, a minha resposta à disciplina pode influenciar as outras pessoas. Principalmente aquelas que queremos influenciar primeiramente que são os nossos filhos.
O aprendizado da disciplina precisa acontecer em casa e não na escola ou na sociedade. O que o meu filho é em casa é o que ele vai ser na escola e na sociedade.
Alguns pais relacionando disciplina apenas com bom ou mau comportamento, quando não conseguem impor limites aos seus filhos procuram escolas que sejam o que eles não conseguiram ser e ainda dizem aos filhos: “agora tu vai ver o que é bom pra tosse. Esta escola é disciplinadora.” É claro que não vai dar certo.
A construção da cidadania precisa passar pela exigência na disciplina. E ela começa na nossa casa, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa cidade, no nosso Estado e no nosso País. É preciso que haja uma cultura de disciplina.
O maior fracasso talvez seja recusar que precisamos ter uma postura de exigência na disciplina, uma vez que tal atitude pode transformar a realidade e tornar a nossa vida melhor de ser vivida.
Em provérbios (15:32) está escrito que “quem recusa a disciplina faz pouco caso de si mesmo...”. Eu gosto muito desta frase.
E para encerrar vou deixar uma frase interessante para ser refletida:

Uma coisa é fácil quando ela se ajusta a você.
Uma coisa é difícil quando você tem que se ajustar a ela.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.






sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Estou com saudades!

Amigos de Caminhada!

Em virtude do final de semestre na Faculdade onde eu leciono, mais o mestrado e trabalho de consultoria, fiquei "um pouquinho" sem tempo para escrever sobre o o nosso 11º Princípio. Brevemente estarei de volta e com muita disposição de escrever. Pelo desculpas a todos.

Um grande e fraterno abraço.

Serginho

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Interessante o cartaz!

O cartaz da campanha contra as drogas de Israel mostra um jovem vestido como homem-bomba, mas com álcool e drogas no lugar dos explosivos. O texto diz: “Sou Omer, 16, de Raanana. Hoje eu deixei minha casa, deixei meus pais, meus irmãos. Vou beber álcool e me drogar em Tel Aviv. Mamãe, não chore. Estou a caminho do Paraíso.” (Foto: Divulgação)


segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Cadeira de praia e guarda-sol!


Como estratégia para falar sobre o nosso
10º Princípio - Cooperação - uma vez que escrevi sobre puxar rede na praia - estou pensando em levar para falar sobre este tema uma cadeira de praia e um guarda-sol.
Imagine a cena:
Eu - ou você é claro – falando sobre a mãe sentadinha na cadeira debaixo do guarda-sol olhando o seu marido e os filhos ajudando a puxar a rede e pensando consigo mesma:
-Para colocar o lixo para fora de casa é uma briga. Precisa haver um debate longo e cansativo para ver quem vai levar o lixo.

E eu – ou você – falando sobre isto sentado na cadeira com o guarda-sol ao seu lado. Dá para imaginar a cena e o quanto vai marcado nas pessoas?

Será que eu estou ficando doido ou esta pode ser uma estratégia interessante para falarmos sobre Cooperação?

Vou aguardar a opinião de todos.

Serginho – Coordenador do Programa do Amor-Exigente em SC

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Você puxa rede na sua casa?

Você puxa rede na sua casa?

"O todo é maior que a soma das partes"


Para as pessoas que moram próximas ao litoral e principalmente onde existem colônias de pescadores, já deve ter presenciado os pescadores puxando uma rede do mar.
Em virtude do tamanho e do peso da rede é preciso que vários pescadores ajudem para que a rede possa ser puxada até a areia.
E quando esta cena acontece no verão, em plena temporada de férias, outras pessoas se juntam aos pescadores para ajudar na tarefa. Aí, você vê pessoas de todas as idades fazendo força sem que precise ser chamadas a fazer tamanho esforço.
Quando o resultado do esforço chega até a praia, todos ficam maravilhados pela quantidade de peixes e por ter contribuído para o resultado final.
E o mais interessante de tudo é que todos saem felizes por ter ajudado os pescadores, mesmo que não ganhem “nadica de nada” pelo esforço.
Oura coisa que chama a atenção é que o número de mulheres é bem menor do que o número de homens e o grande número de crianças.
Quando você olha para as cadeiras e guarda-sóis, lá estão as mães olhando atentamente os seus filhos e maridos envolvidos na tarefa de forma alegre e participativa. Eles vão ter história para contar depois das férias.
E muitas mães também devem estar pensando que para levar o lixo para fora de casa é preciso haver uma conferência familiar para ver quem pode levar o danado do lixo.
Se pedir para alguém, este alguém poderá dizer em alto e bom tom:
-Por que eu?
Logo vai ser preciso uma discussão cansativa para ver quem vai levar o lixo para a lixeira.
Aí, perdemos a noção de que viver em família é viver a cooperação e que na praia, quando ajudamos a puxar uma rede, estamos praticando a colaboração.
A cooperação está vinculada à interação, a qual requer a formação de vínculos e a reciprocidade afetiva entre os participantes. O todo é maior que a soma das partes.
No ambiente familiar, a cooperação baseia-se na aceitação de uma liderança e de uma hierarquia voltada unicamente para o bem de todos, onde cada membro da família é responsável por uma parte da tarefa. Lembram do nosso principio Pais e Filhos Não São Iguais?
A nossa família não é propaganda de margarina, ou pelo menos não deveria ser, onde uma pessoa faz tudo, no caso à mãe, e os demais aproveitam. É mãe que coloca a mesa do café, é ela que tira e ela que lava tudo. É ela que vai colocar a mesa do almoço e da janta e, provavelmente, será ela que vai lavar. É ela que vai arrumar as camas e é ela que vai lavar as roupas. Isto até pode ser um hotel 5 estrelas, agora uma família é que não é.
A cooperação baseia-se no respeito a todos os membros da família e é obtida quando se exige de cada um deles o cumprimento das tarefas indispensáveis à manutenção e ao controle da própria família.
Ao contrário da rede na praia onde a minha colaboração não está baseada necessariamente ao resultado final, até porque pode ser que não venha nenhum peixe na rede, eu apenas estou contribuindo assim como os demais que se somaram aos pescadores.
Os pescadores que vivem na colônia, na forma como estão constituídos, sabem que a cooperação é que poderá garantir o pão de cada dia.
Saindo da praia e voltando para nossa casa, o que poderá garantir uma relação harmoniosa da nossa família não é apenas a intimidade ou o viver de baixo do mesmo teto, e sim a cooperação.
No grupo familiar que não existe cooperação, certamente existe a exploração. E aqui eu preciso dar um pulinho até o nosso 12º princípio e dizer que cada vez que fazemos por uma pessoa o que ela mesmo pode fazer, roubamos dela a possibilidade de realização.
Percebam que a cooperação é a oportunidade de realização individual dentro do grupo familiar. E se eu não ensinar aos meus filhos sobre a importância da cooperação em casa, eles não vão ser cooperativos quando tiverem o seu próprio lar e estamos contribuindo para uma sociedade muito mais egoísta, onde cada pensa em si mesmo e o resto, é resto.
Precisamos estar atentos pois acostumamos a valorizar nossos filhos por desejarem estar conosco e não por desejarem cooperar conosco. E que toda e qualquer cooperação precisa estar precedida de uma recompensa como se isto fosse uma disputa.
Talvez, como dica é claro, na próxima vez que estivermos na praia e acontecer um arrastão (puxar rede de peixe) e os nossos familiares saírem correndo para ajudar, alguém registre este momento para poder mostrar o quanto estavam felizes ajudando a puxar a rede. Ou quem sabe, comprar um quadro com a cena de todos puxando uma rede. Quem sabe assim, quando for requerida a cooperação de todos em casa, possam perceber que a felicidade e a alegria do lar deve ser muito mais importante do que apenas alguns momentos numa praia num determinado verão.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

Você puxa rede na sua casa?

Você puxa rede na sua casa?

"O todo é maior que a soma das partes"


Para as pessoas que moram próximas ao litoral e principalmente onde existem colônias de pescadores, já deve ter presenciado os pescadores puxando uma rede do mar.
Em virtude do tamanho e do peso da rede é preciso que vários pescadores ajudem para que a rede possa ser puxada até a areia.
E quando esta cena acontece no verão, em plena temporada de férias, outras pessoas se juntam aos pescadores para ajudar na tarefa. Aí, você vê pessoas de todas as idades fazendo força sem que precise ser chamadas a fazer tamanho esforço.
Quando o resultado do esforço chega até a praia, todos ficam maravilhados pela quantidade de peixes e por ter contribuído para o resultado final.
E o mais interessante de tudo é que todos saem felizes por ter ajudado os pescadores, mesmo que não ganhem “nadica de nada” pelo esforço.
Oura coisa que chama a atenção é que o número de mulheres é bem menor do que o número de homens e o grande número de crianças.
Quando você olha para as cadeiras e guarda-sóis, lá estão as mães olhando atentamente os seus filhos e maridos envolvidos na tarefa de forma alegre e participativa. Eles vão ter história para contar depois das férias.
E muitas mães também devem estar pensando que para levar o lixo para fora de casa é preciso haver uma conferência familiar para ver quem pode levar o danado do lixo.
Se pedir para alguém, este alguém poderá dizer em alto e bom tom:
-Por que eu?
Logo vai ser preciso uma discussão cansativa para ver quem vai levar o lixo para a lixeira.
Aí, perdemos a noção de que viver em família é viver a cooperação e que na praia, quando ajudamos a puxar uma rede, estamos praticando a colaboração.
A cooperação está vinculada à interação, a qual requer a formação de vínculos e a reciprocidade afetiva entre os participantes. O todo é maior que a soma das partes.
No ambiente familiar, a cooperação baseia-se na aceitação de uma liderança e de uma hierarquia voltada unicamente para o bem de todos, onde cada membro da família é responsável por uma parte da tarefa. Lembram do nosso principio Pais e Filhos Não São Iguais?
A nossa família não é propaganda de margarina, ou pelo menos não deveria ser, onde uma pessoa faz tudo, no caso à mãe, e os demais aproveitam. É mãe que coloca a mesa do café, é ela que tira e ela que lava tudo. É ela que vai colocar a mesa do almoço e da janta e, provavelmente, será ela que vai lavar. É ela que vai arrumar as camas e é ela que vai lavar as roupas. Isto até pode ser um hotel 5 estrelas, agora uma família é que não é.
A cooperação baseia-se no respeito a todos os membros da família e é obtida quando se exige de cada um deles o cumprimento das tarefas indispensáveis à manutenção e ao controle da própria família.
Ao contrário da rede na praia onde a minha colaboração não está baseada necessariamente ao resultado final, até porque pode ser que não venha nenhum peixe na rede, eu apenas estou contribuindo assim como os demais que se somaram aos pescadores.
Os pescadores que vivem na colônia, na forma como estão constituídos, sabem que a cooperação é que poderá garantir o pão de cada dia.
Saindo da praia e voltando para nossa casa, o que poderá garantir uma relação harmoniosa da nossa família não é apenas a intimidade ou o viver de baixo do mesmo teto, e sim a cooperação.
No grupo familiar que não existe cooperação, certamente existe a exploração. E aqui eu preciso dar um pulinho até o nosso 12º princípio e dizer que cada vez que fazemos por uma pessoa o que ela mesmo pode fazer, roubamos dela a possibilidade de realização.
Percebam que a cooperação é a oportunidade de realização individual dentro do grupo familiar. E se eu não ensinar aos meus filhos sobre a importância da cooperação em casa, eles não vão ser cooperativos quando tiverem o seu próprio lar e estamos contribuindo para uma sociedade muito mais egoísta, onde cada pensa em si mesmo e o resto, é resto.
Precisamos estar atentos pois acostumamos a valorizar nossos filhos por desejarem estar conosco e não por desejarem cooperar conosco. E que toda e qualquer cooperação precisa estar precedida de uma recompensa como se isto fosse uma disputa.
Talvez, como dica é claro, na próxima vez que estivermos na praia e acontecer um arrastão (puxar rede de peixe) e os nossos familiares saírem correndo para ajudar, alguém registre este momento para poder mostrar o quanto estavam felizes ajudando a puxar a rede. Ou quem sabe, comprar um quadro com a cena de todos puxando uma rede. Quem sabe assim, quando for requerida a cooperação de todos em casa, possam perceber que a felicidade e a alegria do lar deve ser muito mais importante do que apenas alguns momentos numa praia num determinado verão.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Vamos dar as mãos, fazer um círculo e refletir!


Eu seguro a minha mão a tua e uno o meu coração ao teu
para que juntos possamos fazer aquilo que sozinho eu não consigo.



Quando falamos em grupo, a primeira idéia que nos vem a mente é uma reunião de pessoas que, normalmente, tem o mesmo pensamento, gostam das mesmas coisas ou partilham dos mesmos sentimentos.
Porém, mesmo convivendo em grupo, algumas pessoas num determinado grupo não partilham dos mesmos sentimentos e quando isto acontece, o sofrimento é inevitável.
Numa família, que é o objeto deste meu escrever, quando ocorre algo que quebra a corrente familiar e isto pode ser por vários motivos, a harmonia é quebrada é o estar junto passa a ser algo que só traz infelicidade.
E no mês de setembro par nós no Amor-Exigente, ao trabalharmos com o nosso principio, começamos a avaliação primeiro em nós e depois a família. É preciso começar em nós, por isto grupo de auto-ajuda, para que entendamos o processo do principio primeiramente em nós. A partir do momento que eu me encontro no principio é preciso que eu também consiga perceber a minha família no principio.
E quem me conhece sabe que gosto de trabalhar com estratégias para reforçar um principio ou fazer com que ele seja percebido claramente pelas pessoas. E como coloquei como titulo deste escrever, nada como um grupo de pessoas num círculo e de mãos dadas para levar uma idéia da importância de um grupo coeso na tomada de atitudes.
A idéia é a seguinte:

-Pegue umas seis pessoas diga para que elas dêem as mãos e façam um círculo. Note que elas farão um círculo e ficaram de frente uma com as outras, sem que você precise pedir. O que isto representa? Representa a necessidade de ficar de frente para que eu possa ver e conhecer quem está fazendo parte deste grupo ou círculo. E o estar de mãos dadas representa a união e força que precisamos para poder enfrentar todos os problemas que poderão advir. Estando de frente e de mãos dadas, significa que não esconderemos nada um do outro, permaneceremos unidos e as dificuldades serão bem enfrentadas. Uma família assim consegue permanecer unida e a busca da felicidade será o bem maior a ser conquistado.

-Agora, faça este grupo ficar da mesma forma só que sem as mãos dadas. Este é um grupo ou família onde as dificuldades conseguem mais facilmente entrar e abalar a harmonia. Embora elas estejam de frente uma das outras, ainda sim falta um elo que as ligue e possam enfrentar as dificuldades com muito mais força. Quantas famílias estão nesta situação?

-Agora, com o mesmo grupo, faça com que eles fiquem de costas um para o outro e de mãos dadas. Ainda assim continua sendo um grupo. Porém, é verdadeiramente um grupo ou algumas pessoas que resolveram dar as mãos? Quantas famílias vivem nesta situação? Vivem numa mesma casa, parece ser uma família (estão de mãos dadas), porém não se conhecem. É uma família onde o individualismo é mais forte do que o desejo de se conhecer para que possam se ajudar. Uma família assim, os problemas conseguem facilmente quebrar esta aparente união.

-Agora, com este mesmo grupo, faça com que eles fiquem em círculo, de costas um para o outro e sem as mãos dadas. É assim que chegamos ao Amor-Exigente. Perdemos o referencial do que seja verdadeiramente uma família. O sofrimento e a angústia tomaram conta de todos e ninguém mais se conhece, ninguém mais conversa e todos parecem estranhos convivendo dentro de uma mesma casa. Ao perdermos o referencial da nossa casa precisamos buscar outra referência. E é aí que entra o Amor-Exigente. É ai que entra o Grupo de Ajuda.

-Agora, para representar o que é um grupo de Amor-Exigente, faça com que as pessoas dêem as mãos, fiquem de frente uma para as outras e que cada uma coloque a sua mão no coração do outro e lembre da oração da serenidade: “Eu seguro a minha a tua.......”.

Também acredito que esta deveria ser uma reflexão para nós coordenadores, para que possamos olhar para os nossos grupos e perceber de que forma estamos vivendo e vivenciando o grupo. Como tem sido o nosso círculo?
Vamos viver a primavera e perceber na beleza das flores e o quanto Deus tem feito para que possamos perceber a beleza da sua criação.
Um grande e fraterno abraço amigos de cminhada.






Princípio do Mês de Setembro - O Grupo de Apoio

Princípio do Mês de Setembro - O Grupo de Apoio

O mês de setembro é um momento especial para aqueles que freqüentam os grupos de Amor-Exigente.
Digo isto, pois é quando temos a oportunidade concreta de ouvirmos das pessoas o quanto o grupo de apoio está sendo importante em suas vidas.
Por isso é muito importante que possamos ouvir na abertura das reuniões testemunhos das pessoas que, de livre e espontânea vontade, desejem expressar a importância que o grupo tem representando em suas vidas.
E por que o grupo possui esta importância na vida das pessoas?
Se prestarmos atenção ao nosso modo de vida, notaremos que estamos passando por um processo onde as pessoas estão se isolando em virtude dos mais variados motivos que provocam este afastar-se do inter-relacionamento.
E este afastamento vai dificultando a troca de experiências e provocando o “cada um por si”. É a lei do egoísmo que volta-se contra nós mesmos, uma vez que não encontramos mais pessoas dispostas ao simples ato de ouvir. Vamos escondendo as nossas dificuldades, os nossos problemas e os nossos medos, pois as pessoas julgam muita facilidade, perdoam com grande dificuldade e raramente doam o seu tempo para ouvir.
E quanto mais a família vai tentando sozinha solucionar problemas de comportamento com os seus filhos e trabalhar com os recursos disponíveis, ela vai percebendo que estes recursos são limitados. Que o passado nem sempre nos supre com experiências que possam servir de base para o enfrentamento das dificuldades de relacionamento familiar.
Aí, vai começando um desgaste no relacionamento familiar em virtude da culpa que os pais vão sentindo por considerar que falharam na educação dos filhos. E para compensar este sentimento de culpa, muitos pais recorrem as coisas materiais como forma de tentar suprir o que acreditam não terem dado aos filhos.
E o nosso azar de pais é que não existe escola para formar pais. Praticamos com os nossos filhos o que aprendemos com os nossos pais. E quando notamos que estamos perdendo as rédeas da situação, ficamos desesperados por tudo que os nossos filhos fazem. Principalmente pelo o que eles não fazem dentro de casa.
Quando os pais encontram um grupo de Amor-Exigente e começam a freqüentar as reuniões regularmente, vão percebendo na partilha de experiências no grupo que existe uma saída e que não estão mais sozinhos. Começam a perceber a realidade de uma forma diferente e notar que não foram os fatos que mudaram, foram eles que se colocaram em relação aos fatos sob outra perspectiva.
E conforme estes pais mantêm a regularidade nas reuniões, os laços vão lentamente sendo criados e eles percebem as atitudes de respeito, de interesse e de entusiasmo que as pessoas nutrem entre elas. Que é um grupo onde as pessoas se importam com os outros de uma forma diferente. Que as pessoas refletem e discutem sobre o modo de agir de cada um, entendem as dificuldades e buscam encontrar dentro de cada um alguma luz que ainda brilhe e que possa ficar mais forte para iluminar o caminho.
E um outro ponto que não podemos esquecer e que tem sido de grande valia para as pessoas no grupo é sem dúvida alguma a pratica da espiritualidade, que deverá ser praticada em todas as reuniões. E como eu sempre digo em todas as palestras que profiro que somente as pessoas espiritualizadas conseguem ter serenidade.
O grupo vai se tornando um grande alicerce para que possamos encontrar nas dificuldades do dia-a-dia, que são imensas, prazer e alegria de poder viver. Aprendemos a não julgar, a ter tolerância e compaixão comigo mesmo e com os outros; a ter humildade para reconhecer que precisamos de ajuda sim; apreendemos também que não devemos querer que os outros pensem e ajam como nós, mas sim que encontrem a própria maneira de superar as dificuldades, pois assim é que cresceremos juntos.
Também é importante salientar que aquilo que as pessoas encontram nos grupos do Amor-Exigente, também deveria levar para as suas famílias.
O primeiro grupo de auto-ajuda deveria ser a família. Quando não encontramos na nossa família o espaço para o dialogo das nossas dificuldades, vamos procurar outro espaço para que alguém possa oferecer um tempo para que possamos desabafar.
Sempre é bom lembrar que somos um grupo de auto-ajuda e mutua-ajuda. Eu preciso me ajudar tomando atitudes e colocando-me limites e isto, inevitavelmente, também proporciona no outro o sentimento de que é possível viver em função de alguém ou ficar doente em virtude da doença do outro. E isto é proporcionar mutua-ajuda. A minha força de vontade vai encorajar o outro a tomar atitudes também. E assim vamos nos ajudando.
Eu diria que o mês de setembro é o momento das pessoas avaliarem o quanto estamos sendo eficientes nas nossas reuniões. O quanto estamos proporcionando de afeto, carinho e atenção nas reuniões.
Afinal, o que eu não encontrei na minha casa fui procurar em outra casa. Aí, eu encontrei um espaço onde as pessoas não julgam, não me perguntam de que religião eu sou, não querem saber de que partido eu sou. Apenas querem saber da minha dor e de que forma através do Amor-Exigente podem contribuir para que eu encontre um caminho alternativo, onde o sofrimento e a dor possa ser melhor trabalhado.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Ainda a crise!

Tomada de Atitude que não gera crise,
não é Tomada de Atitude
é atitude não tomada!
Crise sempre implica em dor.
Crise sem dor não é crise
é acomodação!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Crise e a Almofada.

Crise e a Almofada.

Após a Tomada de Atitude do mês de Julho, com muita coragem e determinação, vamos para o mês de Agosto e com ele a Crise.
Se na Tomada de Atitude eu fiz a relação com o pato, agora farei a relação da Crise com uma almofada, com o avestruz e uma caixa de remédio.
E desde já aconselho a levar uma almofada para as reuniões no mês de Agosto para que as pessoas gravem e façam a relação do princípio com a almofada.
E a almofada é algo que colocamos para que alguém não se machuque ao cair. Assim, tentando proteger este alguém para que não sofra com a atitude tomada, tiramos desta pessoa a oportunidade de aprender arcando com as conseqüências da atitude tomada.
E, geralmente, quando não deixamos que alguém sofra as conseqüências do seu ato, somos nós e que acabamos sofrendo por estar assumindo por alguém aquilo que ela deveria assumir. E isto amigos de caminhada é impedir que este alguém cresça com responsabilidade.
Quantas vezes ouvimos nas reuniões de Amor-Exigente pais que dizem assim:
-Eu prefiro que o meu filho use drogas dentro de casa para não correr riscos na rua e ser preso;
-Meu filho está indo mal no colégio porque os professores o perseguem;
-Hoje o meu filho chegou embriagado. Mas também ele está descobrindo a adolescência e quem ainda não tomou um porre na juventude;
É tática do avestruz. Vou fazer de conta que não está acontecendo nada, se não vou precisar Tomar uma Atitude e isto vai gerar uma crise. Já pensou se o meu filho vai embora?
O filho tem saído todas as noites e só volta no outro dia pela manhã e mesmo assim alguns pais têm medo de que o filho vá embora. Mesmo que o relacionamento familiar esteja se deteriorando em virtude do filho, os pais ficam aprisionados com o medo de tomar uma Atitude que possa gerar uma crise.
Evitar uma Crise por medo é o mesmo que ter medo de tentar viver de forma diferente. É não dar uma oportunidade para que coisas boas aconteçam em sua vida.
Provocar uma Crise é correr riscos? Claro que é. Mas também é dar-se a oportunidade de tentar algo diferente do já tentado.
Se eu não corro riscos posso estar perdendo grandes oportunidades. E quando evitamos enfrentar uma crise, estamos evitando o crescimento. E quanto mais vamos deixando o tempo passar, mais a crise vai tomando proporções que poderão ficar acima das nossas capacidades de solução.
Se pensarmos em crise como oportunidade, vamos entender que crise é a vida em movimento.
A maioria dos casais que se separaram viram na crise um ponto final do relacionamento, quando deveria ser o ponto de partida para que o casal descobrisse juntos uma forma mais adequada de viver em comunhão.
Quando percebemos a crise como uma oportunidade no relacionamento amoroso, vamos perceber que ela vem para sacudir e levantar a poeira de uma situação que precisa mudar.
A crise nos relacionamentos seja entre o casal ou entre o casal e os filhos serve de alerta para algo que pode estar querendo dizer:
-Precisamos conversar.
Este “precisamos conversar" deve ser entendido como uma oportunidade de rever papéis, ações, atitudes, emoções, carinho, dedicação, amor, afeição, valorização, cooperação, respeito mútuo e companheirismo.
A crise é essencial onde existe vida. Vida sem crise é a antítese da vida.
Quantas descobertas foram realizadas por causa de uma crise. Crise é movimento.
Só descobrimos o nosso potencial quando os obstáculos aparecem em nossa vida. Precisamos ver as crises de forma construtiva e indicadora de oportunidades.
Claro que provocar uma Crise é preciso antes de qualquer coisa haver planejamento.
Assim como em marketing, ações isoladas não têm efeito algum, também nos relacionamentos a regra tem a sua funcionalidade.
Ai entra algo que tem nome de remédio: De-Fi-For-Exe. De – defina um alvo – Fi – fixe prioridades – For – formule um plano de ação – Exe – execute o plano.
E o legal é quando você fala justamente com um remédio para as pessoas nas reuniões de AE. Pegue uma caixa de remédio e cole um papel como se o nome do remédio fosse Defiforexe. Abra a caixa e leia a “bula”. Aqui a bula é a explicação do Defiforexe.
Você que tem recebido os meus textos já percebeu que gosto muito de trabalhar com símbolos nas reuniões de AE. E eu tenho a certeza de que estes símbolos ajudam e muito na fixação da mensagem. E torna a apresentação dos nossos princípios de forma criativa.
Só para lembrar, já temos o Pote de Margarina, a Almofada, o Pato, a Camiseta do Super-Homem, a Varinha de Condão e um Manual de Celular. É bastante coisa para trabalharmos os princípios do AE.
E para terminar, ou começar uma crise, gostaria de dizer que se você ainda não teve nenhuma crise no seu relacionamento amoroso, com os seus filhos ou até mesmo no trabalho, hummmmmmmmmm acho que a sua vida anda precisando de emoção.






O Bernardinho Sabe Tudo de Crise!

O Bernardinho Sabe Tudo de Crise!


Vamos nos dar a oportunidade de gerar crises.
Vamos parar de ser reservas e entrar em quadra pra jogar.
Na pior das hipóteses podemos ganhar uma medalha de ouro.


Dois episódios do técnico Bernardinho da seleção brasileira de vôlei transmitido ao vivo pelo Jornal Nacional, portanto em horário nobre, demonstraram que ele sabe muito sobre crise. Acredito até que ele daria um excelente coordenador de grupo de Amor-Exigente.
O primeiro episódio aconteceu na fila do aeroporto quando o técnico está na fila do check-in, quando alguém chega para tirá-lo da fila e passar na frente de todos e pegar o avião. Prontamente o Bernardinho diz à pessoa que quer tirá-lo da fila que ele vai ficar na fila como todos estão. Que ele chegou depois destas pessoas e não seria justo passar na frente delas.
Ora, esta pessoa que deveria ser de algum órgão governamental, talvez sem saber, estava gerando uma crise e quem sofreria as conseqüências seria o Bernardinho. Se ele realmente passasse à frente das pessoas, poderia haver um tumulto e as pessoas teriam o direito inclusive de vaiar a atitude. E imagem do técnico ficaria manchada por um detalhe que, aparentemente, parecia não ter grande importância.
O outro episódio e também de fundamental importância, aconteceu após a vitória da seleção brasileira de vôlei, quando um repórter da rede globo entrevistando o técnico fez uma pergunta sobre o episódio do Ricardinho (cabe lembrar que o Ricardinho foi afastado da seleção de vôlei para a disputa do pan) e ele fez a seguinte declaração:

-Os princípios e os valores, aliados a disciplina, estão acima de uma medalha de ouro. E eu não posso abrir mão disto tudo apenas por uma circunstância. O conjunto precisa estar unido e somente assim é possível chegar ao sucesso.

Para quem acompanhou o episódio da dispensa do Ricardinho notou que a imprensa fez um grande alarde, inclusive influenciando as pessoas a vaiar o técnico no primeiro jogo da seleção e mais ainda quando o filho do técnico entrou em quadra. Não faltaram declarações depreciando a atitude do Bernardinho, pois estava tirando o melhor levantador e isto provocou a ira de muitos jornalistas.
Diferente do episódio do aeroporto, neste caso o técnico gerou uma crise, tirando o melhor levantador, e administrou a crise com serenidade, coragem e sabedoria. E provou que estava certo ao ganhar a medalha de ouro.

Os dois episódios demonstram claramente a diferença entre você sofrer com uma crise, gerada por alguém, e você gerar uma crise e administrá-la.
Acredito que o medo que a maioria das pessoas têm de crise é pelo fato de que sempre sofreram com as crises geradas pelos outros. E estes outros, geralmente, são os nossos filhos, maridos, esposas...
Alguns poderiam pensar que se a seleção brasileira de vôlei não tivesse ganhado a medalha de ouro, o Bernardinho poderia ser responsabilizado. Claro que poderia. No entanto, o medo da tomada de atitude que certamente vai levar a uma crise, poderia levar o treinador a perder uma excelente oportunidade de descobrir um talento que poderia estar no banco de reservas.
Crise significa riscos sim. Mas também significa oportunidades. O que não podemos é deixar de tomar atitudes apenas pelo medo dos riscos.

O que não podemos é esperar mudanças quando estamos fazendo as mesmas coisas.
Ao provocar uma crise afastando o Ricardinho da equipe, o Bernardinho estava administrando a crise. Ele sabia que poderia contar com o Marcelinho (levantador reserva) e trabalhou a equipe para esta mudança.
Eu fico aqui pensando comigo mesmo, o Bernardinho deve ter lido o livro do Amor-Exigente. Ele sabia que uma crise bem administrada é uma excelente oportunidade de mudança.
Ao ver a seleção ganhar a medalha de ouro, o Ricardinho vai ter mais humildade e não achar-se mais insubstituível. O Marcelinho ao ganhar a medalha de ouro vai acreditar mais no seu potencial de levantador.
O Bernardinho sabe tudo de “de-fi-for-ex”. E provou saindo vencedor com a equipe unida e coesa.
Agora, se o Bernardinho que é conhecido mundialmente foi altamente criticado pela tomada de atitude, imagine aquele pai que deixou o filho na cadeia em virtude de ser preso por estar dirigindo sem carteira. Diga-se de passagem, que o filho roubou o carro para dar umas voltas.
Da mesma forma que todos entenderam, ou quase todos, que a atitude do Bernardinho foi para preservar o seu papel de liderança da equipe e é justamente isto que faz uma equipe de sucesso, da mesma forma somos nós pais ao tomarmos atitudes que precipitam crises. É com o objetivo de manter a família unida e vencedora.
Gerar crises apenas com sentimentos de vingança e raiva, pode significar o insucesso do que esperávamos.
Acho que fiquei fã do Bernardinho. O Bernardinho pratica o Amor-Exigente. Será que ele tem um livro do Amor-Exigente? Se ele não tem e já faz isto tudo, imagine se o tivesse?
Tomada de atitude que não gera crise, não é tomada de atitude e sim tomada paliativa de atitude.
Vamos nos dar a oportunidade de gerar crises. Vamos parar de ser reservas e entrar em quadra pra jogar. Na pior das hipóteses podemos ganhar uma medalha de ouro.
E para encerrar, não poderia deixar de destacar a maravilha que foi o nosso congresso na cidade de Uberaba. O povo danado de bom este de Uberaba. Encontrei pessoas que só conhecia pelos orkut e msn da vida. Voltei mais apaixonado por estas pessoas que estão no Amor-Exigente. No avião de volta para casa bateu uma tristeza muito grande. Fiquei com uma saudade de todos que foi impossível segurar as lágrimas. Tomara que estes dois anos passem bem rapidinho para que possamos nos encontrar novamente.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenador do Programa do Amor-Exigente em SC

sábado, 7 de julho de 2007

A Tomada de Atitude Precisa Começar Comigo!

Quando eu penso em Tomar Atitude a partir de você, eu quero mudá-lo e me frustro!
Quando em penso em Tomar Atitude a partir de mim, eu mudo e me sinto realizado!
Serginho.


Na última reunião no grupo de São José-SC, onde eu coordeno, fizemos um grupão com todos os participantes e abrimos à palavra para que todos colocassem sobre o aprendizado do 6º Principio – Comportamento.
O que se percebeu é a dificuldade que as pessoas têm em mudar o comportamento. E foi a partir de uma declaração que eu pensei em começar a falar sobre o 7º Princípio - Tomada de Atitude.
Esta senhora falou assim:

-Sabe Serginho, a maior dificuldade que eu tenho em mudar o meu comportamento e até de tomar uma atitude, é não saber como o meu filho vai reagir.

Esta senhora resumiu a grande dificuldade que as pessoas têm em tomar uma atitude: não saber como o outro vai reagir. E por não saber como vai ser esta reação ficamos, por vezes, paralisados sem saber o que fazer. Só que o problema não fica paralisado, ao contrário tende a aumentar tornando a solução cada vez mais complicada.
O programa do Amor-Exigente diz que o ponto de partida deve ser eu. Ele começa em mim para então expandir-se.
Ora, então à Tomada de Atitude deve ser levada em conta a partir do que EU estou sentido em relação ao que está acontecendo. E talvez a grande pergunta que devemos fazer a nós mesmos e que deverá encorajar-nos à Tomada de Atitude deve ser esta:

-Eu estou feliz? A vida que eu estou vivendo está me fazendo feliz? As relações que eu estou vivenciando então me fazendo feliz?

É por isso que o ponto de partida do Amor-Exigente sou eu. Como posso dar ao outro o que eu não tenho? Como posso cobrar do outro aquilo que eu não tenho?
Quando nos damos o devido tempo para a reflexão sobre as nossas atitudes e o quanto nos deixamos levar pelo comportamento dos outros, percebemos que não somos mais os autores de nossas vidas e que passei a ser o que os outros querem que eu seja.
Eu diria que a Tomada de Atitude exige de nós, primeiramente, que tenhamos uma atitude positiva em relação a nós mesmos, uma atitude corajosa e, acima de tudo, perseverança.
Tomar uma atitude positiva é saber reconhecer que você está passando por uma situação difícil, não negar o sentimento ou os sentimentos negativos que a situação lhe traz, não julgar ou condenar o outro e, o mais importante, não se deixar tomar pela culpa ou pelo ressentimento.
Tomar uma atitude corajosa é ter a plena consciência de que devemos ser os autores de nossas vidas e que temos o poder e a obrigação de transformar as nossas experiências negativas em aprendizado em busca da felicidade.
Tomar uma atitude corajosa é poder dizer, após uma profunda reflexão:

-Meu filho, o papai e mamãe te amam muito, porém não vamos mais aceitar o teu comportamento inadequado.

Quando assumimos o controle da nossa vida com amor, humildade e exigência vamos perceber que temos as nossas limitações e que também temos a coragem de pedir ajuda.
Quando chegamos pela primeira vez numa reunião de Amor-Exigente, já estamos demonstrando que temos a humildade de buscar ajuda e a coragem pra abrir o coração e dizer o que nos trouxe à reunião.
É preciso ter em mente que quando queremos tomar uma atitude a partir do outro, inevitavelmente vem o medo de errar, o medo do fracasso, o medo de como o outro pode reagir, o medo, o medo e mais medo.
Ao olharmos para nós mesmos, o que denota uma atitude positiva, vamos perceber que não nascemos do jeito que somos hoje. As nossas atitudes não nasceram com a gente, foram aprendidas, foram desenvolvidas ao longo da nossa vida. E isto foi influenciado no nosso comportamento.
Qual é o lado positivo disto? Bom, se o meu comportamento foi uma seqüência de aprendizados, isto quer dizer que a minha atitude também pode ser alterada por meio do aprendizado também.
A Tomada de Atitude exige que tenhamos a consciência do momento presente, uma responsabilidade pela realização dos seus sonhos e integridade pessoal.
Agora, o principal combustível na Tomada de Atitude é, sem sombra de dúvidas, a perseverança.
Por isso que para o Amor-Exigente a velocidade não é tão importante quanto à perseverança na busca dos objetivos.
É preciso que eu esteja comprometido e compromissado com os objetivos traçados e definidos na minha Tomada de Atitude, para que o sucesso seja uma conseqüência do meu próprio esforço.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador do Programa do Amor-Exigente em SC

domingo, 1 de julho de 2007

7º Princípio: Tomada de Atitude

Tomada de Atitude a Crise e o Pato!

Hoje resolvi escrever um pouquinho sobre a crise que na Tomada de Atitude.
Conversando com várias pessoas durante este tempo que estou no AE, grande parte delas não Toma Atitude por medo dos reflexos que esta Atitude pode gerar.
E se pararmos para perceber, notaremos que este medo é muito mais por que não sabemos como o outro poderá encarar a nossa Tomada de Atitude.
Ora, novamente estamos pensando no outro e deixamos de pensar no que a não Tomada de Atitude está fazendo com a gente mesmo.
Levamos em consideração o bem estar do outro e não percebemos o quanto estamos sofrendo por aceitar uma situação que não está nos trazendo qualidade de vida.
E aí gente, eu vou ser obrigado a repetir uma frase que gosto muito:
“Somos tão felizes quanto felizes são os nossos relacionamentos”.
E aí, a Tomada de Atitude gera duas crises: uma em mim e outra no outro (ficou esquisito) é para ficar mesmo. Ora, aí sofremos dobrado.
Tomada de Atitude gera uma crise? Claro que gera uma crise. Na verdade a Tomada de Atitude é para gerar uma crise. Só que existe uma grande diferença entre gerar uma crise e sofrer com uma crise.
Até agora você tem sofrido com as crises geradas pelos outros. Ou seja, alguém Toma uma determinada Atitude, visando seu próprio benefício é claro, e você é que “paga o pato”.
Não esqueça: quem gera a crise administra a crise. Se você não está gerando crise.....
E para Tomar Atitude é preciso, antes de qualquer coisa, ter um plano posterior que é o momento da crise.
Vou dar um exemplo:
-Os nossos filhos são craques em gerar crise para lucrarem com ela. Você parou no semáforo e quando está quase abrindo o nosso filho dispara:
-Mãe lembrei que preciso dar uma resposta agora para a aninha sobre a festa que ela vai estar fazendo hoje a noite e eu preciso ligar agora pra ela. Posso ir mãe, posso ir mãe.
Aí você naquela confusão entre dar a resposta e cuidar do sinal que está para abrir, fica perturbada e a filha cobrando:
-mãe preciso ligar, então posso ir, posso ir. Eu vou ta mãe.
E aí você acaba dizendo:
-Vai, vai e não me perturba.
Eu tenho a certeza de que você ainda vai se arrepender de ter dado e resposta naquele momento.
Ora, a tua filha planejou a crise e saiu ganhando com a crise.
O ideal seria responder:
-Se você quer a resposta agora, ela é não. Se você esperar para conversarmos quando chegarmos em casa, aí você vai me dar todos os detalhes de quem vai, como vai ser a festa. Então, vou conversar com o teu Pai e decidiremos se você pode ir ou não.
É preciso sofrer sempre que vamos Tomar uma Atitude? Não.
Acontece é que queremos que o outro mude com a nossa Tomada de Atitude, quando na verdade, teria que ser o contrario.
A Tomada de Atitude é para nós mesmos.
Eu vou Tomar uma Atitude porque esta situação está me causando sofrimento e eu estou deixando de ser eu para ser o que o outro quer que eu seja.
Eu estou Tomando uma Atitude para mudar a mim mesmo. Sou eu que preciso mudar.
E é esta linha de pensamento que preciso ter frente à Tomada de Atitude.
E os seis primeiros princípios do AE nos preparam para a Tomada de Atitude.
Chega de “pagar o pato”. E o pior é que pagamos por ele e não temos o direito de saboreá-lo.
Acredito que o medo da crise é pelo fato que você está acostumada a sofrer as conseqüências das crises.
Pense no pato.
Aliás, eu aconselho a ter sempre um pato em casa. Pode ser de porcelana, vidro, madeira, ou qualquer outro material.
Quem sabe assim, todas as vezes que olharmos para o pato vamos lembrar de que precisamos Tomar Atitude.
Pato e Tomada de Atitude: Tudo a ver. Hehehehehe!!

Desculpe a brincadeira amigos de caminhada.

Um grande e fraterno abraço.

domingo, 3 de junho de 2007

A Coragem de Ser Você Mesmo.



A Coragem de Ser Você Mesmo.


“Viver e não ter a vergonha de ser feliz.
Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”
Gonzaguinha


Como eu escrevi no meu blog http://amor-exigentesc.blogspot.com/, o princípio do mês de Junho - Comportamento - é no meu ponto de vista a base fundamental do programa.
E ao falarmos sobre comportamento, invariavelmente, estamos falando de psicologia. Grande parte das pessoas tem o seu comportamento pautado no comportamento das outras pessoas.
Se você é assim comigo, eu serei assim com você. Ou seja, o meu comportamento vai depender do teu comportamento. Ora, quando usamos este tipo de "estratégia", passamos a ser o que os outros querem que sejamos.
A partir dai, você perde a sua identidade. Eu gosto de relacionar isto com uma carteira de identidade sem foto. Você tem um registro, mas não tem uma imagem que a defina e, o que é bem pior, não tem personalidade.
Comportamento e personalidade andam juntos lado a lado. O que nos dá integridade ética e moral é o nosso comportamento e a nossa personalidade.
Um dia andando de ônibus vi o adesivo que o cobrador colocou que dizia assim: o meu comportamento depende do seu. Você percebe que este cobrador não tem personalidade. Depois de um dia inteirinho de trabalho e conviver com vários comportamentos, ao chegar em casa ele não vai saber mais quem ele é na verdade.
E o outro aspecto fundamental do comportamento, são aquelas pessoas que vivem querendo agradar os outros.
Querendo agradar os outros, infelizmente em alguns momentos precisamos desagradar a nós mesmos. E isto acontece muito em nossos lares. Por vezes, nos nossos lares vivemos uma perda de identidade muito grande em virtude desta forma de comportamento.
Geralmente é a mãe que abre mão de várias coisas tentando agradar a todos dentro de casa. E quando o comportamento desta mãe altera-se num determinado momento, alguém vai dizer:

-Nossa mãe, como você está estressada.

Eu arriscaria dizer que 99% das pessoas que buscam um grupo de auto-ajuda, o fazem na tentativa de querer mudar o comportamento de alguém. Buscam visando, único e exclusivamente, em virtude de alguém. Se este alguém melhora, logo afastam-se do grupo.
E a decepção começa quando alguém as diz que, para que o outro mude é precise que eu mude.
-Ora, eu não preciso mudar. Quem tem que mudar é o outro que me trouxe até aqui. Eu não tenho nada. O problema é ele e não eu.

E este é o primeiro passo para a perda da identidade e do sentimento de culpa. Não conseguindo mudar o comportamento do outro através do amor, invariavelmente os pais começam a perguntar onde erraram. Acreditavam que o amor seria o suficiente para criar a sua família sem problemas. Que dando tudo o que os filhos desejassem não aconteceria nada que viesse a transformar a família no horror que está acontecendo.
Por isso, o 6º Princípio – Comportamento – é um despertar da nossa integridade ética, moral e de personalidade.
É preciso que os coordenadores de grupos de Amor-Exigente tenham a clareza do que este Princípio é para o nosso programa. Não querendo é claro menosprezar nenhum dos nossos princípios, até porque todos possuem a sua importância e estão interligados.
Eu falo da importância, pelo que está envolvido no aspecto do comportamento como a codependência e o sentimento de culpa e o que isto acarreta nas pessoas.
Tentar viver a sua vida a partir da vida do outro é algo que pode levar qualquer pessoa a vários tipos de doenças. Principalmente se o outro está vivendo um processo doentio como o uso de drogas.
Viver é ter a coragem de ser o que você é e, principalmente, o que você deseja ser. Acredito que este é o primeiro passo para viver uma vida sadia.
Chega de ser uma carteira de identidade sem foto. Vamos colocar a nossa foto e ter a dignidade de ser verdadeiramente o que somos.
Que possamos encarnar o princípio deste mês e vivê-lo na sua integralidade. Chega de ser meio e metade. Vamos ser inteiros e verdade.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.


Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador do Programa do Amor-Exigente em Santa Catarina





sexta-feira, 1 de junho de 2007

Princípio do Mês de Junho - Comportamento

Comportamento

“O comportamento dos pais afeta os filhos e o comportamento dos filhos afeta os pais”.

No mês de Junho lidamos com o principio que pode ser definido como o alicerce de aplicação da filosofia do Amor-Exigente.
Digo isto uma vez que nos grupos de Amor-Exigente, o que mais destacamos é a necessidade de mudança de comportamento frente à conduta indesejada dos nossos filhos. Veja bem que eu não coloco a expressão “dependência”. E por quê? – Porque para nós no Amor-Exigente a droga não é o nosso foco principal e sim, o comportamento inadequado.
É bom que tenhamos sempre em mente este tipo de atitude, uma vez que o Amor-Exigente não é somente para aqueles pais que enfrentam o problema da drogadição em seus lares. Temos pais que enfrentam em suas casas filhos que possuem o mesmo comportamento de um adicto, sem usar nenhum tipo de droga. Chamamos isto de filhos que têm uma droga de comportamento.
E neste caminhar com o Amor-Exigente, notamos que o motivo principal que leva pais às reuniões é o fato do comportamento do seu filho chegou a um estágio que ficou insuportável a convivência harmônica no lar.
Os pais chegam a reunião com o firme propósito de tentar mudar o comportamento do filho problemático. É mais fácil para todos projetar no dependente a necessidade de mudança. Ele realmente precisa mudar, porém sozinho dificilmente conseguirá realizar esta mudança.
Temos que ter em mente que uma mudança no comportamento dos pais gera uma reação dos filhos e assim começam acontecer mudanças. Em vez de os pais reagirem à conduta inadequada dos seus filhos, estes é que irão reagir ao comportamento modificado dos pais.
E esta mudança de comportamento dos pais vai acontecer quando estes recuperarem a sua auto-estima, uma vez que as pessoas que enfrentam uma situação de grande desgaste emocional, como o caso de um dependente ou filho rebelde, normalmente enfrentam uma situação de baixa auto-estima. Isto acontece porque notaram que o seu amor não foi suficiente para tentar resolver o problema, levando-os a uma grande desmotivação em relação a vida.
Normalmente, a sociedade vê a conduta destrutiva dos filhos unicamente como uma conseqüência do comportamento dos pais e da educação recebida, culpando os pais pelo que está acontecendo com os seus filhos.
E o que nós nos grupos de Amor-Exigente precisamos mostrar aos pais é que eles precisam perceber que abriram mão de suas vidas para viver a vida dos filhos. Precisam rever seus conceitos, modificar os seus hábitos, comportamento e estabelecer limites para si mesmo e para os seus filhos.
Quando os pais conseguem resgatar a sua auto-estima, sentem-se fortalecidos para chegar para o filho problema e dizer: “Meu filho, te amamos muito, más não vamos mais aceitar o teu comportamento inadequado”. A partir deste momento, os pais estarão mudando as regras de um jogo onde somente eles estavam perdendo. É onde regras e limites começaram a ser impostos com muita serenidade, coragem e sabedoria.
E para finalizar, deixo esta mensagem para todos:

“É possível mudar nossas vidas e a atitude daqueles que nos cercam simplesmente mudando a nós mesmos. Comece fazendo o necessário; depois, o que é possível, quando você se der conta, estará fazendo aquilo que julgava ser impossível de ser realizado”.


Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador Estadual do Programa do Amor-Exigente

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Sentimento de Culpa ou a Busca da Perfeição?

SENTIMENTO DE CULPA ou A BUSCA DA PERFEIÇÃO?

Antonio Roberto Soares

Por detrás de nossas tristezas e frustrações, de nossas insatisfações na vida, de nossos tédios e angústias, está um sentimento, o mais arraigado em nosso comportamento e responsável por grandes sofrimentos psicológicos, que é o sentimento de culpa.
O sentimento de culpa é o apego ao passado, é uma tristeza por alguém não ter sido como deveria ter sido, é uma tristeza por ter cometido algum erro que não deveria ter cometido.
O núcleo do sentimento de culpa são estas palavras: "Não deveria...". A culpa é a frustração pela distância entre o que nós fomos e a imagem de como nós deveríamos ter sido.
Nela consiste a base para a auto-tortura. Na culpa, dividimo-nos em duas pessoas: uma real, má, errada, ruim, e uma ideal, boa, certa e que tortura a outra. Dentro de nós processa-se um julgamento em que o Eu ideal, imaginário, é o juiz e o Eu real, concreto, humano, é o réu. O Eu ideal sempre faz exigências impossíveis e perfeccionistas. Assim, quando estamos atormentados pelo perfeccionismo, estamos absolutamente sem saída. Como o pensamento nos exige algo impossível, nunca o nosso Eu real poderá atendê-lo. Este é um ponto fundamental.
Muitas pessoas dedicam a sua vida a tentar realizar a concepção do que elas devem ser, em vez de se realizarem a si mesmas. A diferença entre auto-realização e realização da imagem de como deveríamos ser é muito mais importante. A maioria das pessoas vive apenas em função da sua imagem ideal e este é um instrumento fenomenal para se fazer o jogo preferido do neurótico: a auto-tortura, o auto aborrecimento, o auto-castigo, a autopunição, a culpa.
Quanto maior for a expectativa a nosso respeito, quanto maior for o modelo perfeccionista de como deve ser a nossa vida, maior será o nosso sentimento de culpa. A culpa é a tristeza por não sermos perfeitos, é a tristeza por não sermos Deus, por não sermos infalíveis; é um profundo sentimento de orgulho e onipotência; é uma incapacidade de lidar com o erro, com a imperfeição; é um desejo frustrado; é o contato direto com a realidade humana, em contraste com as suas intenções perfeccionistas, com os seus pensamentos megalomaníacos a respeito de si mesmo. E o mais grave é que aprendemos o sentimento de culpa como virtude!
A culpa sempre se esconde atrás da máscara do auto-aperfeiçoamento como garantia de mudança e nunca dá certo. Os erros dos quais nos culpamos são aqueles que menos corrigimos. A lista de nossos "pecados" no confessionário é sempre a mesma.
A culpa, longe de nos proporcionar incentivo ao crescimento, faz-nos gastar as energias numa lamentação interior por aquilo que já ocorreu, ao invés de as gastarmos em novas coisas, novas ações e novos comportamentos.
Por isto mesmo, em todas as linhas terapêuticas, este é um sentimento considerado doentio. Não existe nenhuma linha de tratamento psicológico que não esteja interessado em tirar dos seus pacientes o sentimento de culpa.
A culpa é um auto-desprezo, um auto-desrespeito pela natureza humana, por seus limites e pela sua fragilidade. A culpa é uma vingança de nós mesmos por não termos atendido a expectativa de alguém a nosso respeito, seja esta expectativa clara e explícita, ou seja uma expectativa interiorizada no decorrer da nossa vida.
Por isto é que se diz que, ao nos sentirmos culpados estamos alienados de nós mesmos, e a nossa recriminação interna não é, nem mais nem menos, do que vozes recriminatórias dos nossos pais, nossas mães, nossos mestres ou outras pessoas que ainda residem dentro de nós.
Mas aquilo que nos leva a esse sentimento de culpa, aquilo que alimenta esta nossa doença auto-destrutiva, são algumas crenças falsas. Trabalhar o sentimento de culpa é, primordialmente, descobrir as convicções falsas que existem em nós, aquelas verdades em que cremos e que são errôneas, e nos levam a este sentimento.
A primeira delas é a crença na possibilidade da perfeição. Quem acredita que é possível ser perfeito, quem acha que está no mundo para ser perfeito, quem acha que deve procurar na sua vida a perfeição, viverá necessariamente atormentado pelo sentimento de culpa. A expectativa perfeccionista da vida é um produto da nossa fantasia, é um conceito alienado de que é possível não errar, que é possível viver sem cometer erros.
Quanto maior for a discrepância entre a realidade objetiva e as nossas fantasias, entre aquilo que podemos nos tornar através do nosso verdadeiro potencial e os conceitos idealistas impostos, tanto maior será o nosso esforço na vida e maior a nossa frustração.
Respondendo a esta crença opressora da perfeição, atuamos num papel que não tem fundamento real nas nossas necessidades. Nos tornamos falsos, evitamos encarar de frente as nossas limitações e desempenhamos papéis sem base na nossa capacidade.
Construímos um inimigo dentro de nós, que é o ideal imaginário de como deveríamos ser e não de como realmente somos. Respondendo a um ideal de perfeição, nós desenvolvemos uma fachada falsa para manipular e impressionar os outros.
É muito comum, no relacionamento conjugal, marido e mulher não estarem amando um ao outro e, sim, amando a imagem de perfeição que cada um espera do outro. É claro que nenhum dos parceiros consegue corresponder a esta expectativa irreal e a frustração mútua de não encontrar a perfeição gera tensões e hostilidades, num jogo mútuo de culpa.
Esta situação se aplica a todas as relações onde as pessoas acreditam que amar o outro é ser perfeito. Quando voltamos para nós exigências perfeccionistas, dividimo-nos neuroticamente para atender ao irreal. Embora as pessoas acreditem que errar é humano, elas simplesmente não acreditam que são humanas!
Embora digam que a perfeição não existe, continuam a se torturar e a se punir e continuam a torturar e a punir os outros por não corresponderem a um ideal perfeccionista do qual não querem abrir mão.
Outra crença que nos leva à culpa, esta talvez mais sutil, mais encoberta e profunda, é acreditarmos que há uma relação necessária entre o erro e a culpa, é a vinculação automática entre erro e culpa. Quase todas as pessoas a quem temos perguntado de onde vêm os seus sentimentos de culpa, nos respondem taxativamente que vêm de seus erros. Acreditamos que a culpa é uma decorrência natural do erro, que não pode, de maneira alguma, haver erro sem haver culpa.
Se acreditamos nisto, estamos num problema insolúvel. Ou vamos passar a vida inteira tentando não errar para não sentirmos culpa - e isto é impossível porque sempre haverá erros em nossa vida - ou então passaremos a vida inteira nos sentindo culpados porque sempre erramos. Essa vinculação causal entre erro e culpa é profundamente falsa.
A culpa não decorre do erro, mas da maneira como nos colocamos diante do erro; vem do nosso conceito relativo ao erro, vem da nossa raiva por termos errado. Uma coisa é o erro, outra coisa é a culpa; erros são erros, culpa é culpa. São duas coisas distintas, separadas, e que nós unimos de má fé, a fim de não deixarmos saída para o nosso sentimento de culpa. O erro é o modo de se fazer algo diferente, fora de algum padrão.
O que é chamado erro é a saída fora de um modelo determinado, que pode ser errado hoje e não amanhã, pode ser errado num país e não ser errado em outro. A culpa é um sentimento, vem de nós, vem da crença de que é errado errar, que não podemos errar, que devemos ser castigados pelas faltas cometidas; crença de que a cada erro deve corresponder necessariamente um castigo, de que a cada falta deve corresponder uma punição.
Aliás, o sentimento de culpa é a punição que damos a nós mesmos pelo erro cometido. Não é possível não errar, o erro é inerente à natureza humana, ele é necessário a nossa vida. Na perfeição humana está incluída a imperfeição. Só crescemos através do erro.
As pessoas confundem assumir o erro com sentir culpa. Assumir o erro é aceitar que erramos, é nos responsabilizarmos pelo que fizemos ou deixamos de fazer. Mas quando acreditamos que a culpa decorre do nosso erro, tentamos imputar a outros a responsabilidade dos nossos erros, numa tentativa infrutífera de acabar com a nossa culpa.
A propósito do erro, há um texto interessantíssimo no livro "Buscando Ser o que Eu Sou", de Ilke Praha, que diz: "O perfeccionismo é uma morte lenta. Se tudo se cumprisse à risca, como eu gostaria, exatamente como planejara, jamais experimentaria algo novo, minha vida seria um repetição infinda de sucessos já vividos.
Quando cometo um erro vivo algo inesperado. Algumas vezes reajo ao cometer erros como se tivesse traído a mim mesmo. O medo de cometer erros parece fundamentar-se na recôndita presunção de que sou potencialmente perfeito e de que, se for muito cuidadoso, não perderei o céu.
Contudo, o erro é uma demonstração de como eu sou, é um solavanco no caminho que tracei, um lembrete de que não estou lidando com os fatos. Quando der ouvidos aos meus erros, ao invés de me lamentar por dentro, terei crescido". Este é o texto.
Algumas pessoas nos perguntam: "Mas como avançar em relação a este sentimento, como arrancar de mim este hábito de me deprimir com os erros cometidos?". Só existe uma saída para o sentimento de culpa. Façamos uma fantasia: imaginemos por um instante que estamos à morte e nossos sentimentos deste momento são de angústia, tristeza e frustração por todos os erros cometidos, por tudo o que deveríamos ter feito e não fizemos; remorsos pelos nossos fracassos como pai, como mãe, como profissional, como esposo, como esposa, como religioso, como cidadão, mas, ao mesmo tempo, estamos com um profundo desejo de morrer em paz, de sair desse processo íntimo de angústia e morrer tranqüilos.
Qual a única palavra que, se pronunciada neste momento, sentida com todo coração, teria o poder de transformar a nossa dor em alegria, o nosso conflito em harmonia, a nossa tristeza em felicidade? Somente uma palavra teria essa magia. A palavra é: Perdão.
O Perdão é uma palavra perdida em nossa vida. O primeiro sentimento que se perde no caminho da loucura é o sentimento de perdão, o sentimento de auto-perdão. Se a culpa é a vergonha da queda, o auto-perdão é o elo entre a queda e o levantar de novo.
O auto-perdão é o recomeço da brincadeira depois do tombo: "Eu me perdôo pelos erros cometidos, eu me perdôo por não ser perfeito, eu me perdôo pela minha natureza humana, eu me perdôo pelas minhas limitações, eu me perdôo por não ser onipotente, por não ser onipresente, por não ser onisciente, eu me perdôo por...". O perdão é sempre assim mesmo, é pessoal e intransferível.
O perdão aos outros é apenas um modo de dizermos aos outros que já nos perdoamos. Perdoarmo-nos é restabelecer a nossa própria unidade, a nossa inteireza diante da vida, é unir outra vez o que a culpa dividiu, é uma aceitação integral daquilo que já aconteceu, daquilo que já passou, daquilo que já não tem jeito; é o encontro corajoso e amoroso com a realidade.
Somente aqueles que desenvolveram a capacidade de auto-perdão conseguem energia para uma vida psicológica sadia. A criança faz isto muito bem.
O perdão é a própria aceitação da vida do jeito que ela é, nos altos e nos baixos. O auto-perdão é a capacidade de dizer adeus ao passado, é a aceitação de que o passado é uma fantasia, é apenas saber perder o que já está perdido.
O auto-perdão é um sim à vida que nos rodeia agora, é uma adesão ao presente, à única coisa viva que possuímos, que são nossas possibilidades neste momento. Não podemos abraçar o presente, a vida, o passado e a morte ao mesmo tempo.
O perdão é uma opção para a vida, o auto-perdão é a paciência diante da escuridão, é o vislumbre da aurora no final da noite. O auto-perdão é o sacudir da poeira, é a renovação da auto-estima e da alegria de viver, é o agradecimento por sabermos que mais importante do que termos cometido um erro é estarmos vivos, é estarmos presentes.

domingo, 29 de abril de 2007

A Natureza e o Aprendizado!

A Natureza e o Aprendizado!

Cada vez que faço a espiritualidade no grupo da família no Amor-Exigente, procuro ressaltar a importância de reservarmos um momento do nosso dia para refletirmos sobre a nossa vida e forma como estamos levando-a.
E nesta Páscoa eu tive a oportunidade de dedicar um tempo maior do que normalmente eu disponho para refletir um pouco mais sobre algo que instiga o meu viver: o entendimento da dor.
Não a dor de um ferimento, e sim a dor de estar vivenciando um momento de grande dificuldade.
E ai, olhando pela janela da minha casa, a natureza me oferece um argumento para a minha reflexão: uma borboleta.
E a partir da metamorfose da borboleta e buscando mais fatos na natureza que estivesse relacionado à minha reflexão, eu encontrei grandes contribuições.
Para quem está passando por um momento de grande dor como, este momento é algo que transforma a vida de tal forma que, por vezes, parece que é o fim. Há momentos que você não consegue enxergar uma saída e chega a pensar que está sendo castigado por alguma coisa que tenha realizado. E este castigado, na maioria dos casos, acha-se que vem de Deus.
A borboleta para chegar à aparência de borboleta, linda e colorida, precisa passar por alguns momentos nada interessantes. Para chegar a embelezar os nossos dias, o voar desta libélula encantadora precisou passar pelo estágio da lagarta e do casulo, que são os estágios nada agradáveis da borboleta. No último estágio, do casulo, ela ainda vai precisar fazer força para sair e desfrutar da liberdade.
Sabe aquele pássaro lindo a cantar nas manhãs ensolaradas querendo transformar o nosso dia. Para que ele chegasse a ter esta plumagem colorida e vistosa precisou passar pela morte do ovo, que, aliás, não tem um odor nada agradável, e no último estágio do ovo também precisou fazer esforço para quebrar a casca e sair do seu casulo.
Percebe-se que na natureza, o lindo e maravilhoso para chegar no estágio final da sua beleza, aquela que vemos e ficamos maravilhados precisou passar por momentos de grandes dificuldades.
Na verdade é o momento do aprendizado. É o estágio da compreensão de que a dor da transformação é a preparação para algo muito lindo que esta por vir.
Trazendo este momento de aprendizado e transformação para o nosso viver, vamos perceber que muitos dos pais que freqüentam as reuniões de auto-ajuda, antes de passar pelo que estão passando, não sabiam o quanto de força tinha guardado que somente veio à tona no momento em que se viram na dificuldade e buscaram ajuda.
E o aprendizado do momento de transformação é perceber a dor não como problema, desgraça ou castigo, e sim como oportunidade.
Grande parte, se não a maioria, dos coordenadores de grupos de Amor-Exigente, um dia chegaram à reunião com o coração em pedaços e a dor adicionada por um sentimento de culpa muito grande os deixava sem ver um caminho de luz que desse um alento a esta dor. Chegaram pela dor e ficaram pelo amor.
A percepção de que poderia ser uma excelente oportunidade para o aprendizado, os transformou em pessoas maravilhosas que hoje estão ajudando para que outros percebam a dor como o momento para transformação.
E neste momento de grande dor, imaginamos que Deus nos tenha abandonado a qualquer sorte. Ora, Deus na sua imensa sabedoria e bondade jamais nos abandonaria. Primeiro, por conhecer a cada de um de nós, Ele vai nos dar um aprendizado na medida em que podemos carregar e passar, pois sabe o quanto de força temos guardado e que vamos descobrir com este aprendizado.
E cada vez que paramos para pensar sobre estas oportunidades que temos de aprendizado, mais vamos perceber que Deus realmente não escolhe os mais capacitados, mas capacita os seus escolhidos.
Ao olharmos a natureza vamos perceber que tudo caminha para tornar-se belo aos olhos de Deus.
A oportunidade nos é dada todos os dias para que possamos alçar o vôo da liberdade e transformarmos-nos em pessoas maravilhosas que vão transformar a vida de outras pessoas, uma vez que aprenderam que a dor é uma oportunidade e não uma desgraça.
Reserve momentos na sua vida para reflexão e pratique a espiritualidade. Não esqueça: serenidade só vem através da pratica da espiritualidade.

Um grande e fraterno abraço.


Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador do Programa do Amor-Exigente em SC

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Ninguém Me Viu!

Ninguém Me Viu!


“A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado.”
Madre Teresa de Calcutá


Quando lidamos com sentimentos e emoções, principalmente relacionados à dor da descoberta de um fato gravíssimo, principalmente com as situações que lidamos nos grupos de Amor-Exigente, precisamos ter um cuidado e atenção redobrados com as pessoas que nos procuram.
Pensando nisto resolvi escrever este texto tentando imaginar-me na situação de alguém que, ao procurar o grupo, não recebeu a atenção devida.

“Hoje, depois de muito tempo tentando reunir forças e coragem, resolvemos buscar ajuda para tentar entender o que está acontecendo com o nosso filho. Estamos nos sentido fracos, traídos, feridos, desamparados e já sem forças para trabalhar e cuidar do que restou da nossa família. Ficamos olhando para o passado tentando descobrir em que momento erramos na educação do nosso filho. Sempre demos tudo o que ele queria, além de estudar numa excelente escola e jamais imaginávamos que um dia ele pudesse entrar no caminho das drogas. Sempre demos amor, carinho e atenção. E hoje, estamos sem rumo por não entender como isto foi acontecer com a nossa família. O pior é você não poder contar para ninguém seja por medo, pois todos apenas nos julgam culpados pelo que aconteceu; ou por vergonha dos amigos e dos vizinhos sobre o que vão pensar sobre nós. Não é fácil reconhecer a incapacidade de lidarmos com esta situação e ter que buscar ajuda. E hoje, numa destas manhãs de segunda-feira em que a vontade de trabalhar é muito pouca, não por preguiça, mas por falta de forças mesmo, passando por vários canais da TV parei num programa onde falava sobre uma proposta comportamental chamada de Amor-Exigente. No programa uma pessoa destacava justamente o sentimento que eu e a minha esposa estávamos sentindo e a situação que estávamos vivenciando. Como o programa deu o endereço na internet resolvi pesquisar se na minha cidade tinha um grupo. Para a minha sorte tem. Falei com a minha esposa e resolvemos procurar o endereço do grupo e a reunião era justamente hoje a noite. Após mais um dia estressante, o nosso filho saiu no sábado e ainda não tinha retornado, cheguei em casa e peguei a minha esposa para ir conhecer este grupo. Saímos cedo para dar tempo de procurar o local da reunião. Encontramos o local e ficamos em frente ao salão da igreja olhando a porta que já ainda estava fechada.Faltavam ainda uma hora para começar a reunião. Mesmo assim ficamos olhando a porta tentando encontrar coragem para entrar quando ela se abrisse. E logo em seguida alguém abriu a porta e mais pessoas começaram a chegar. E eu e minha esposa olhando para a porta em silêncio, tentando imaginar como chegamos até esta situação. Fora é claro a coragem de entrar por aquela porta. Quando faltavam 15 minutos para começar resolvemos entrar. Como foi difícil passar por esta porta. Lá dentro várias pessoas já estavam sentadas. Sentamos bem no fundo da sala e perto da porta. Qualquer coisa saiamos e ninguém notaria. E ali ficamos em silêncio, num misto de apreensão e desconfiança. Não conhecíamos ninguém e ninguém nos conhecia. A aflição era tanta que, juntamente com o nervosismo, decidimos sair para tomar um ar. Chegando à rua resolvemos entrar no carro e ir embora. Como ninguém tinha nos visto mesmo, não vão sentir a nossa falta. Quando encontrarmos coragem, quem sabe um dia, voltaremos.”

Amigos de caminhada, não é intenção aqui fazer qualquer tipo de critica e sim despertar a atenção para um fato, aqui criado por mim, para que tenhamos um cuidado em recepcionar as pessoas que chegam aos nossos grupos.
A tentativa de criar o que passa pela vida de alguém que nos procura pela primeira vez, é para reforçar e redobrar a atenção nos grupos.
Receba as pessoas na porta. Transmita-lhes confiança com um abraço fraterno. Somos uma família e o abraço tem a força de uma expressão que pode dizer:

-Eu te recebo de braços abertos, pois sei da tua dor. Um dia eu também cheguei aqui da mesma forma que tu hoje chegaste. Eu te recebo e não farei nenhum julgamento. A partir de hoje, você não estará mais sozinho.

Percebam a força deste abraço e o significado do “Eu Vi Você” e te recebo do jeito que tu és.
Espero ter contribuído para que possamos melhorar cada vez mais a qualidade do trabalho maravilhoso que realizamos nos grupos de Amor-Exigente.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

Sérgio Carlos de Oliveira (Serginho)
Coordenador do Programa do AE em SC