quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O Chapéu e Raízes Culturais

O Chapéu e Raízes Culturais

“Por vezes, para encontrar o meu verdadeiro eu, preciso voltar ao passado para lembrar quais são as minhas verdadeiras Raízes Culturais”
(Minha autoria)

Estava eu sentado ao lado da minha esposa e filho, cena um tanto quanto rara nos dias atuais, assistindo TV quando começou o Big Brother. A minha primeira atitude foi de levantar e fazer outra coisa. Porém, resisti à tentação de levantar mediante aos pedidos:
-Haaaaaaaa Pai fica aqui assistindo com a gente!
Com um pedido destes, eu relevei o meu senso critico e fiquei assistindo o Big Brother.
Porém, como nada acontece por acontecer, o Pedro Bial faz uma pergunta para um dos enclausurados se o chapéu que ele está usando tipo boiadeiro, vaqueiro ou coisa que o diga, se é por moda ou para chamar a atenção.
Bom meu amigos de caminhada, a resposta do peão (o peão é por minha conta) valeu o meu esforço em assistir o programa:
-Não Bial, eu não estou usando este chapéu por modismo ou para chamar a atenção não. Eu estou usando este chapéu é para não esquecer as minhas raízes. Para não esquecer de onde eu vim e quem sou eu.
Naquele momento, eu esqueci do programa e comecei a matutar sobre o que o peão falou e a relação com o primeiro principio do Amor-Exigente – Raízes Culturais.
Ele sem saber deu uma aula sobre Raízes Culturais para todas as pessoas que assistiram ao programa naquela noite.
O chapéu representa para ele o elo de ligação com as suas Raízes. E como se estivesse dizendo:
-De onde eu venho, as pessoas costumam usar chapéu. Se eu tiver vergonha de usar, eu estarei negando as minhas Raízes Culturais.
E quando ele diz que não usa por modismo, é como se quisesse dizer para cada um dos telespectadores o seguinte:
-As minhas Raízes Culturais não mudam ao sabor da moda. O chapéu significa dizer que os princípios de integridade moral e ética são imutáveis. São eles que dão o sentido para a minha vida. Eles dizem quem os meus pais foram e quem eu sou hoje.
E neste matutar eu pensei em algo que me ligava ao passado e que me deixava feliz quando estivesse fazendo. E por incrível que pareça, eu estava fazendo algo que o meu pai fazia quando eu era criança: o café da manhã.
Como era o meu pai que acordava cedinho para receber o leite e o pão para o nosso armazém (coisas do interior do Rio Grande do Sul – onde o pão era entregue pelo padeiro em carroça e o leite vinha em garrafas de vidro) era ele que fazia o café todas as manhãs. E eu estou fazendo a mesma coisa. Como sou eu que acordo mais cedo que todos na minha casa, faço o café para todos.
E se pararmos para pensar, eu tenho a certeza de que cada um de nós tem algo que nos liga aos nossos pais e que isto, de alguma forma, nos liga as nossas Raízes Culturais.
E pensar que tudo isto começou com um singelo pedido do meu filho que já tem 13 anos.
Como o tempo passa rápido.
Na próxima reunião do Amor-Exigente vou levar um bule, onde fazíamos café preto antigamente, e falar sobre Raízes Culturais.

Serginho - Coordenador do Programa do Amor-Exigente em SC