terça-feira, 21 de dezembro de 2010


Você é o farol na vida de alguém!        
“Naquela noite o navio e a sua tripulação estavam enfrentando uma terrível tormenta em alto mar com ventos fortíssimos, raios, trovões e ondas que pareciam querer afundar o navio. O comandante lutava com todas as suas forças para manter o navio alinhado e não afundar. A tripulação estava amedrontada, pois jamais enfrentara tamanha tormenta. Talvez esta fosse a ultima viagem desta tripulação. O navio seguia ao sabor do vento e sem direção. Todos sabiam que o perigo de bater num rochedo era eminente. Já em total desespero a tripulação do navio começa a rezar cada um com o seu credo, pedindo proteção e que esta não fosse a última viagem. Todos tinham famílias que os aguardavam em seus lares. De repente quando tudo parecia perdido e a morte inevitável, surge a luz brilhante na escuridão de um farol que serve de guia para o navio. O navio e sua tripulação estava a salvo. O medo deu lugar a esperança. Agora eles sabiam qual o caminho a seguir.” 
         Há momentos em nossa vida que também passamos por grandes tempestades e chegamos a pensar que nada tem mais solução. Agora é o fim.

        Sentimo-nos perdidos sem um rumo a seguir. Estamos sozinhos e a dor da solidão nos enfraquece, como um farol sozinho no meio da imensidão. Perdemos a esperança e o amor parece nos abandonar. A vontade de desistir é muito grande.
       
Nestes momentos passamos a ser um farol que não ilumina mais. E se o farol não estiver com a lâmpada acesa, o navio ficará sem direção e o estrago será total.
       
Porém, você nasceu para brilhar. Você é luz no mundo.

        Busque na espiritualidade a força necessária para acender a chama e voltar a brilhar e tornar novamente a ser um ponto de referência, um raio de esperança apontando aos perdidos nas tempestades a terra firme para a salvação.
       
Afinal, o que aponta às embarcações perdidas durante a noite escura não é a imponência do farol, mas a sua luz que brilha.
         
Ser farol é fazer da sua vida algo que faça a diferença para a eternidade na vida de alguém.
       
Não deixe que a luz de Jesus se apague em sua vida.
       
Seja um Farol. Deus nos coloca perto de muitas pessoas todos os dias pra ser um farol e fazer diferença.


UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

COOPERAÇÃO NÃO ACONTECE QUANDO MEU FILHO FAZ O QUE EU QUERO!



A diferença entre um lar onde existe cooperação
e outro que não existe é o respeito mutuo entre as pessoas.

Ao falar sobre a Cooperação no mês de outubro nos grupos de Amor-Exigente, faz com que tenhamos um olhar critico para nós em primeiro lugar, para a nossa casa e para a sociedade.
Quando é que não cooperamos com nós mesmos e passamos a ser os maiores sabotadores da nossa felicidade?

-Quando eu deixo de ser gente para querer ser super-homem ou super mulher;

-Ultrapassando os meus limites físicos, financeiros e emocionais em favor de alguém;

-Me sentindo culpado por alguma coisa que o outro fez, quando deveria me sentir responsável;

-Não tomando atitudes que precisam ser tomadas;

-Ao fazer pelos outros aquilo que eles mesmos podem fazer;


Percebam o quanto é fácil sabotarmos a nossa alegria de viver uma vez que os tópicos que levantei, que na verdade são princípios do Amor-Exigente, são os que mais acontecem no nosso dia-a-dia familiar e em sociedade.
Toda e qualquer mudança de comportamento precisa começar em mim em primeiro lugar. Somente quando eu mudo é que as coisas ao meu redor mudam.
Quando na nossa casa acontece a cooperação, certamente vai favorecer o respeito mutuo, desenvolver a auto-estima e haverá maior esforço e perseverança na execução das tarefas.
No livro “Prevenção com Amor-Exigente – antes que coisas ruins aconteçam” da Mara Silvia Carvalho de Menezes, quando fala de Cooperação, diz que “A essência da família repousa na cooperação, não na convivência”. Percebam que não basta estarmos sempre juntos se não forem estabelecidos vínculos de apoio, de serviço e de troca.
E como eu já tinha destacado em outro texto, costumamos a valorizar nossos filhos por desejarem estar conosco e não por desejarem cooperar conosco.
Onde não existe cooperação existe competição. E onde existe competição há ganhadores e perdedores. A competição é ganha quando o outro fracassa. Imagine isto dentro da nossa casa com os nossos filhos. É claro que vai haver discussões intermináveis até para colocar o lixo para fora de casa.
Na cooperação familiar, todos dividem o trabalho, as tarefas serão realizadas, por vezes separadamente, no final unem-se os resultados e todos sairão ganhando.
Percebam que a cooperação consegue fazer com que haja um equilíbrio entras as minhas necessidades com as necessidades da minha família.
Também é preciso ter em mente que, quando o meu filho faz o que eu quero isto não é cooperação e sim obediência.
A verdadeira cooperação significa um esforço conjunto – um dar e receber que sejam satisfatórios para ambas as partes.
Para desenvolver um espírito de cooperação nas crianças é necessário ajudá-las a compreender como os nossos pedidos e regras são úteis para todos.
A cooperação vai fazer com que os nossos filhos tenham mais responsabilidade, criando no nosso lar um ambiente harmônico, agradável e pacifico.
Hoje, algumas empresas já estão repensando a "competição saudável" entre equipes de vendas e até mesmo entre todos os setores da empresas. Os vencedores são elevados ao pódio e os perdedores ficam na pior ou "descem ao inferno". A gozação e as brincadeiras enfatizam a "incompetência dos derrotados". É evidente que o número dos perdedores é bem maior que o dos vitoriosos, e a alegria dos campeões é bem menor que a frustração dos vencidos.
Com o decorrer do tempo, os efeitos desta competição começaram a surgir como mágoas, frustrações e conflitos que provocarão a deterioração das relações dentro da empresa.
Alguns consultores de RH defendem que o desenvolvimento dos grupos depende da cooperação entre os membros e que onde existe harmonia há maiores chances de não haver conflitos.
Lendo um livro “Jogos Cooperativos - Se o Importante é Competir, o Fundamental é Cooperar, do autor Fábio Otuzzi Brotto, ele define Cooperação como um processo onde os objetivos são comuns e as ações são benéficas para todos
Neste sentido, o Amor-Exigente consegue contribuir para que haja maior consciência sobre a importância da cooperação que deve começar em mim, chegar a minha casa e na sociedade.
Devemos repensar o modo como estamos vivenciando a questão da cooperação para que a nossa família não seja apenas um conglomerado de pessoas composto de um pai, uma mãe e os filhos.
Espero poder ter contribuído para a reflexão sobre o nosso 10º Principio: Cooperação.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Grupo de Apoio

O Grupo de Auto-Ajuda

“Ouvindo você notei que temos algo em comum: vamos dar as mãos e unir nossos esforços?”



Na reunião mensal de coordenadores sempre debatemos sobre o próximo principio que vamos trabalhar nas nossas reuniões.

Este debate serve para darmos uma unidade no nosso discurso e as formas de como poderemos transmitir o principio para que haja um melhor entendimento e assimilação por parte das pessoas que freqüentam o nosso grupo.

Há tempos eu venho refletindo sobre uma definição que melhor represente o que é um grupo de auto-ajuda e a sua importância para as pessoas que buscam ajuda no Amor-Exigente.

E a melhor definição eu busquei no que acontece nos grupos de acolhimento. Para quem não freqüenta reuniões de Amor-Exigente, o grupo de acolhimento é para aquelas pessoas que estão chegando pela primeira vez a uma reunião de Amor-Exigente.

Estas pessoas não se conhecem, vem de lugares e classes sociais diferentes e quando começam a falar sobre o que as trouxeram ao grupo, percebem o quanto têm de semelhança no que estão vivenciando e a forma como estão lidando com a situação.

Chegam a dizer:

-Só troca o endereço. A situação é a mesma que estamos vivendo.

Percebam que as pessoas se vêem umas nas outras. Que a situação que estão vivendo as torna iguais e que, por isto, precisam unir-se para pode ajudar-se.

E é ai que acontece algo extraordinário: enquanto alguém está falando sobre a vida dela eu a ouço e me vejo também na vida desta pessoa. Pois o que está acontecendo com ela também está acontecendo comigo. E certamente quando eu falar, também acontecerá isto com ela.

E neste dia da reunião, eu trabalhei a idéia do espelho com duas faces. Quando eu falo sobre o que me trouxe ao grupo estou me vendo no espelho. Porém o outro também está se vendo pelo outro lado do espelho. E quando o outro falar eu estarei me vendo do outro lado.

Percebam então que o grupo de auto-ajuda consegue fazer com que eu me veja no outro e este aproximar de encontros vai fazer com que haja uma união de esforços traduzindo na mutua-ajuda.

Daí o sentido da oração da serenidade: “Eu seguro a minha a tua e uno o meu coração ao teu para que juntos possamos fazer aquilo que sozinhos não conseguimos.”

E no grupo de auto-ajuda as pessoas têm a oportunidade de ser o que elas são. Sem a necessidade de esconder os seus sentimentos, frustrações, tristezas, angustias; ou seja, podem ser verdadeiras sem o medo do julgamento. Até porque, a verdade liberta.

Por isso gosto muito de trabalhar no grupo de acolhimento. E sempre que fico no acolhimento procuro levar alguém que já está a mais tempo no grupo para que ela tenha a oportunidade de lembrar quando também chegou pela primeira vez. Assim, estou proporcionando a reflexão sobre o quanto ela evoluiu nas reuniões.

Cabe a nós, coordenadores de grupos, conseguir fazer com que as pessoas percebam a importância do grupo no resgate da identidade perdida com a codependência.

Por isso o programa do Amor-Exigente é cativante e contribui para o crescimento pessoal e nos ajuda perceber a importância da união de esforços para a construção da cidadania.

sábado, 9 de outubro de 2010

O Grupo de Apoio

Princípio do Mês de Setembro  - O Grupo de Apoio


O mês de setembro é um momento especial para aqueles que freqüentam os grupos de Amor-Exigente.

Digo isto, pois é quando temos a oportunidade concreta de ouvirmos das pessoas o quanto o grupo de apoio está sendo importante em suas vidas.

Por isso é muito importante que possamos ouvir na abertura das reuniões testemunhos das pessoas que, de livre e espontânea vontade, desejem expressar a importância que o grupo tem representando em suas vidas.

E por que o grupo possui esta importância na vida das pessoas?

Se prestarmos atenção ao nosso modo de vida, notaremos que estamos passando por um processo onde as pessoas estão se isolando em virtude dos mais variados motivos que provocam este afastar-se do inter-relacionamento.

E este afastamento vai dificultando a troca de experiências e provocando o “cada um por si”. É a lei do egoísmo que volta-se contra nós mesmos, uma vez que não encontramos mais pessoas dispostas ao simples ato de ouvir. Vamos escondendo as nossas dificuldades, os nossos problemas e os nossos medos, pois as pessoas julgam muita facilidade, perdoam com grande dificuldade e raramente doam o seu tempo para ouvir.

E quanto mais a família vai tentando sozinha solucionar problemas de comportamento com os seus filhos e trabalhar com os recursos disponíveis, ela vai percebendo que estes recursos são limitados. Que o passado nem sempre nos supre com experiências que possam servir de base para o enfrentamento das dificuldades de relacionamento familiar.

Aí, vai começando um desgaste no relacionamento familiar em virtude da culpa que os pais vão sentindo por considerar que falharam na educação dos filhos. E para compensar este sentimento de culpa, muitos pais recorrem as coisas materiais como forma de tentar suprir o que acreditam não terem dado aos filhos.

E o nosso azar de pais é que não existe escola para formar pais. Praticamos com os nossos filhos o que aprendemos com os nossos pais. E quando notamos que estamos perdendo as rédeas da situação, ficamos desesperados por tudo que os nossos filhos fazem. Principalmente pelo o que eles não fazem dentro de casa.

Quando os pais encontram um grupo de Amor-Exigente e começam a freqüentar as reuniões regularmente, vão percebendo na partilha de experiências no grupo que existe uma saída e que não estão mais sozinhos. Começam a perceber a realidade de uma forma diferente e notar que não foram os fatos que mudaram, foram eles que se colocaram em relação aos fatos sob outra perspectiva.

E conforme estes pais mantêm a regularidade nas reuniões, os laços vão lentamente sendo criados e eles percebem as atitudes de respeito, de interesse e de entusiasmo que as pessoas nutrem entre elas. Que é um grupo onde as pessoas se importam com os outros de uma forma diferente. Que as pessoas refletem e discutem sobre o modo de agir de cada um, entendem as dificuldades e buscam encontrar dentro de cada um alguma luz que ainda brilhe e que possa ficar mais forte para iluminar o caminho.

E outro ponto que não podemos esquecer e que tem sido de grande valia para as pessoas no grupo é sem dúvida alguma a pratica da espiritualidade, que deverá ser praticada em todas as reuniões. E como eu sempre digo em todas as palestras que profiro que somente as pessoas espiritualizadas conseguem ter serenidade.

O grupo vai se tornando um grande alicerce para que possamos encontrar nas dificuldades do dia-a-dia, que são imensas, prazer e alegria de poder viver. Aprendemos a não julgar, a ter tolerância e compaixão comigo mesmo e com os outros; a ter humildade para reconhecer que precisamos de ajuda sim; apreendemos também que não devemos querer que os outros pensem e ajam como nós, mas sim que encontrem a própria maneira de superar as dificuldades, pois assim é que cresceremos juntos.

Também é importante salientar que aquilo que as pessoas encontram nos grupos do Amor-Exigente, também deveria levar para as suas famílias.

O primeiro grupo de auto-ajuda deveria ser a família. Quando não encontramos na nossa família o espaço para o dialogo das nossas dificuldades, vamos procurar outro espaço para que alguém possa oferecer um tempo para que possamos desabafar.

Sempre é bom lembrar que somos um grupo de auto-ajuda e mutua-ajuda. Eu preciso me ajudar tomando atitudes e colocando-me limites e isto, inevitavelmente, também proporciona no outro o sentimento de que é possível viver em função de alguém ou ficar doente em virtude da doença do outro. E isto é proporcionar mutua-ajuda. A minha força de vontade vai encorajar o outro a tomar atitudes também. E assim vamos nos ajudando.

Eu diria que o mês de setembro é o momento das pessoas avaliarem o quanto estamos sendo eficientes nas nossas reuniões. O quanto estamos proporcionando de afeto, carinho e atenção nas reuniões.

Afinal, o que eu não encontrei na minha casa fui procurar em outra casa. Aí, eu encontrei um espaço onde as pessoas não julgam, não me perguntam de que religião eu sou, não querem saber de que partido eu sou. Apenas querem saber da minha dor e de que forma através do Amor-Exigente podem contribuir para que eu encontre um caminho alternativo, onde o sofrimento e a dor possa ser melhor trabalhado.

sábado, 13 de março de 2010

O DESERTO QUE ATRAVESSEI ATÉ CHEGAR AO AMOR-EXIGENTE

O DESERTO QUE ATRAVESSEI ATÉ CHEGAR AO AMOR-EXIGENTE
A travessia do deserto ajudou a conhecer a mim mesmo,
os meus limites e isto me tornou uma pessoa melhor.


O acolhimento nas reuniões de Amor-Exigente é um momento de grandes emoções e aprendizado.
Num destes encontros, uma pessoa que estava chegando para o acolhimento disse assim:
-Sérgio, só eu sei o deserto que atravessei até chegar aqui. Só eu sei o quanto eu sofri, o quanto eu tive que abrir mão de coisas que eu gostava, dos amigos, dos lugares; enfim, de tudo que me fazia feliz. Só eu sei o quanto eu me senti só, desamparada, triste, amargurada e o quanto eu chorei. Hoje eu chego aqui sem esperança, sem ter mais nada a perder, com a vida bagunçada e sem vontade de viver.
Acredito que muitos que já fizeram acolhimento também devem ter ouvido uma declaração assim, de coração aberto, verdadeiro e carregado de grande emoção.
E isto me levou a uma profunda reflexão sobre os desertos que tenho ouvido falar no acolhimento e que, invariavelmente, atravessamos em nossas vidas.
Percebi que o deserto de cada um tem um valor inestimável. Não importando o tamanho ou o tempo que levou ou está levando para atravessá-lo. Até porque, a dor e o sofrimento não têm medidas e não e possível comparar.
Porém, o deserto é um lugar de oportunidades. É um lugar de encontro. É um lugar onde as nossas lagrimas são verdadeiras. Sentimo-nos sozinhos, nossos valores são questionados e conhecemos os nossos limites e defrontamos com a nossa fragilidade.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Somente no deserto é possível encontrar-se consigo mesmo e, diante da dor, você vai ter um encontro verdadeiro, sincero, sem máscaras e pessoal.
Deus usa o deserto para nos levar ao encontro daquilo que realmente somos.
Percebemos que aquilo que imaginávamos ser não é aquilo que realmente somos. No deserto, nós somos desmascarados e as realidades mais escondidas do nosso coração são trazidas para fora.
No deserto nos deparamos com as nossas fraquezas, sentimos que as nossas forças se acabam, o nosso racional que age através dos nossos argumentos cessam e ai revela-se algo maravilhoso: a nossa humanidade se manifesta. Sentimo-nos verdadeiramente gente.
O deserto também tem o poder de nos aproximar da espiritualidade.
Na nossa fraqueza começamos a entender que precisamos de algo maior do que tínhamos e achávamos que era o bastante para viver.
No encontro consigo mesmo que o deserto proporciona, começamos a entender o quanto precisamos da espiritualidade que tem o poder de trazer o alicerce para suportar as adversidades.
O deserto é o lugar onde acontece o encontro maravilhoso com Deus. Reconhecemos o quanto precisamos Dele.
E para a nossa surpresa vamos entender que Deus sempre este dentro de nós. Estava aguardando este encontro. É no encontro dos nossos limites e da nossa humanidade que encontramos Deus.
Bendita seja a nossa caminhada no deserto. Pois a dor que nos leva ao deserto nos faz enxergar em meio à escuridão a luz de Deus.
Entendemos que deserto é lugar de vida; é caminho de desafios e superações.
Entendemos que Deus habita nos desertos - no deserto de cada um....
Percebemos também que os limites pessoais são diferentes e variam de acordo com a experiência pessoal de cada indivíduo.
Quando esta pessoa terminou de falar, não me contive levantei e a abracei dizendo-lhe:
-Você não está mais sozinha. Nós te acolhemos e te aceitamos como você é e como você está. Você é uma pessoa corajosa. Atravessou o deserto sem perder a dignidade e a força para continuar lutando. A tua caminhada no deserto te fez uma pessoa melhor. Obrigado pela oportunidade que você está nos proporcionando de jamais perder o que de melhor temos dentro de nós: o afeto.
Foi impossível conter as lágrimas. Também para que conter. Este era um encontro maravilhoso de sentimentos que o acolhimento nas reuniões do Amor-Exigente nos proporciona.
Por isso vamos lembrar-nos da caminhada no deserto que cada um de nós atravessou até chegar ao Amor-Exigente para entendermos os nossos limites e os limites daqueles que estão chegando doloridos da sua caminhada.

“Não quero ser carregado quero apenas entender a minha jornada. Quero apenas ser ouvido sem ser julgado. Quero apenas ter a certeza de que não estou sozinho nesta caminhada. Não quero que sequem as minhas lágrimas, quero apenas ter a certeza que as minhas lágrimas servirão para purificar a minha alma. Não quero sentimentos de pena. Quero apenas entender o que é ser gente. Pois pensava ter poderes e me vi fraco e cheguei ao meu limite. E hoje estou aqui abrindo o meu coração esperando ser acolhido. Por favor, me de esperança”.
Sérgio Carlos de Oliveira - Coordenador de Grupos de Amor-Exigente


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os Limites Podem Salvar Você de Você Mesmo!



Se você é daqueles que tem dificuldade em dizer não e ainda por cima não tem uma “varinha de condão”, acho bom ler este texto.

Ao tentar suprir todas as necessidades dos nossos filhos, acabamos esquecendo as nossas necessidades e, invariavelmente, nos tornamos infelizes.
(minha autoria)

Quem nunca teve a vontade de ter uma varinha de condão igual aquelas que as fadas madrinhas têm com uma estrela na ponta e prontas para satisfazer todos os nossos pedidos.
O problema é que isto faz parte apenas no nosso imaginário e filmes que apareciam fadas madrinhas já não dão mais ibope. As crianças gostam mais é dos “Digimons”, “Dragon Ball”, “Monster Ranger”, ou ficar jogando vídeo game por horas a fio.
No entanto, mesmo não tendo a tão desejada varinha de condão, alguns pais, no afã de satisfazer todas as necessidades dos seus filhos, ultrapassam os limites financeiros, emocionais e de saúde, na tentativa de serem chamados de “Pais Legais”.
E ficamos com a impressão de que para sermos legais precisamos dar tudo e, algumas vezes, nos tornamos ilegais quando acobertamos algo que o nosso filho fez e que certamente seria julgado, uma vez que tenha infringido a lei.
Os pais em geral, acreditam que viver é ter o foco direcionado exclusivamente a satisfazer as necessidades dos filhos ou o que acreditam ser a necessidade deles.
Fica parecendo que filhos e sacrifício andam juntos e que isto é algo normal para todas as famílias que desejam ser “bons pais”.
E neste pensar e agir, os relacionamentos vão deteriorando-se gradativamente. O pai que anda nervoso porque cheque especial está com limite estourado e o gerente está cobrando, a esposa está reclamando que o marido está fazendo muita hora extra e não tem ficado mais em casa, o filho reclama porque está querendo o computador da “hora”, a filha reclama porque não ganhou ainda aquela blusinha que custa apenas R$ 500,00 – ou seja, alguém pode estar a um passo de ter “piripaque” nervoso.
É preciso reconhecer que não é possível dar tudo que os nossos filhos querem, que não é possível agüentar todas as pressões a que eles nos submetem, que responder a todas as suas perguntas é algo complicado demais, que não dá para acompanhá-los em todas suas atividades, que embora o seu gosto musical seja variado, não dá para ter paciência para todas suas músicas, sem falar das “batidas de porta”, desculpas por terem tirado notas baixas ou que chegaram em casa as 7:00h da amanhã porque a festa estava muito boa. E você não conseguiu pregar o olho a noite toda preocupado.
Muitas vezes você só vai perceber que os seus recursos se esgotaram, quando percebe que está numa cama de hospital.
E quando você não percebe, a tendência é de que você vai acumulando irritação, frustração, tristeza e amargura até que de repente você explode. Aí, você ainda precisa escutar o seu filho dizer: - Nossa Pai, como você está estressado.
É preciso resgatar o equilíbrio financeiro, emocional e físico para que o nosso lar possa ser um espaço de realizações, encontros, harmonia e cooperação.
Precisamos acreditar que o nosso papel de pais não é apenas suprir as necessidades materiais dos nossos filhos.
Precisamos acreditar que os nossos recursos são limitados e que isto nos aproxima da realidade onde é possível aceitar nossas falhas, nossas imperfeições e que não somos uma fonte inesgotável de recursos.
Esta aproximação da realidade faz com que tenhamos mais tolerância com a gente mesmo e com os nossos familiares e amigos.
Vamos para de estabelecer metas que estejam acima da nossa realidade e das nossas possibilidades, para que não sejamos o principal empecilho da nossa felicidade.
Se para você dizer não é algo pra lá de complicado é melhor ir praticando. Não saber dizer não é o primeiro passo para extrapolarmos os nossos limites. E quando eu não sei dizer para alguém é como se eu estivesse dizendo para esta pessoa, que o que ela pensa e faz é mais importante do que eu penso e faço. É quase uma perda de identidade. Uma vez que você passa a ser o que os outros querem que você seja.
No mês de março, nas reuniões de Amor-Exigente, estaremos trabalhando o princípio “Os Recursos São Limitados”. Depois de trabalharmos no mês de Fevereiro o principio “Pais Também São Gente”, vamos perceber que sendo Gente e não super-homens ou supermulheres, que temos sim os nossos limites.
Tenho a certeza de que março será um mês extraordinário nas reuniões de Amor-Exigente.
E se você é daqueles que tem dificuldade em dizer não e ainda por cima não tem uma “varinha de condão”, acho bom pensar em participar das reuniões do Amor-Exigente.


Sérgio Carlos de Oliveira - Coordenador do Programa doAmor-Exigente emSC

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Raizes Culturais

Raízes Culturais!

Eu sou o que sou; eu sou o que os outros querem que eu seja,
eu sou o passado, o presente e o futuro. Afinal, quem sou eu?


Mesmo voltando de férias, eu não poderia deixar de escrever algo sobre este maravilhoso princípio. Até porque, algumas coisas aconteceram nestas férias e que tem muito de Raízes Culturais.
Ao passar o Natal e o Ano Novo em Tramandaí, cidade onde nasci no RS, juntamente com a minha família, foi um momento extremamente enriquecedor para mim e para o meu filho de 15 anos.
Depois de algum tempo sem passar as festas de final de ano com a minha Mãe, irmãos, tios e tias, sobrinhos, primas e primos, este voltar foi muito bom para que eu analisasse verdadeiramente as minhas Raízes Culturais e mostrasse ao meu filho que ele é um continuar das Raízes que começaram num passado não muito distante.
E ao falarmos sobre Raízes Culturais, invariavelmente, estamos falando sobre identidade e autenticidade. Ora, nós somos o continuar da vida dos nossos pais. A vida do meu Pai, que não está mais presente, continua em mim e nos meus irmãos e vai continuar no meu filho.
E ai é preciso que tenhamos em mente quais são os valores que hoje nós estamos vivendo que vieram dos nossos pais e quais aqueles que absorvemos da sociedade que vivemos. Se no somatório destes valores você perceber que está vivendo muito mais os valores que absorveu da sociedade do que aqueles passados pelos pais, algo está errado.
Quando este “desequilíbrio” - e desculpe o termo – estiver acontecendo é porque julgamos que tudo aquilo que aprendemos com os nossos pais estão errados.
Por isso que Raízes Culturais pergunta: Quem é você?
Esta pergunta é de fundamental importância para que possamos perceber que vida estamos vivendo e que valores estamos colocando em nossas vidas.
E ao fazer esta pergunta, vamos perceber de onde estamos tirando o substrato cultural para nutrir a nossa vida e a vida da nossa família.
Percebam, a partir daí, a importância que temos enquanto pais sobre o futuro da sociedade. Que valores os nossos filhos levarão para as suas vidas. Eles serão autênticos ou apenas uma reprodução do que a sociedade estiver defendendo.
E como eu gosto muito de exemplos eu vou falar sobre dois momentos que aconteceram nestas férias.
Uma era uma reportagem sobre os índios que vivem as margens da BR-101 e precisam sair para que a BR seja duplicada. E numa conversa com alguns amigos, perguntei sobre o que eles achavam sobre o assunto. A maioria argumentou que eles deveriam sair mesmo e que estavam atrasando a obra.
Percebam que as Raízes Culturais dos índios em nenhum momento foi ressaltado. Que os antepassados dos índios que estavam enterrados naquelas terras, não tinham nenhuma importância.
Percebam que quando os índios brigam para ficar nestas terras, na verdade estão brigando por suas Raízes e por sua identidade.
E ai e sou obrigado a fazer uma pergunta: Estamos brigando pelos valores passados pelos nossos pais?
E outro momento foi assistindo o filme A Testemunha com Harrison Ford, onde ele vai viver com Amish, que é um grupo religioso cristão anabatista baseado nos Estados Unidos e Canadá. São conhecidos por seus costumes conservadores, como o uso restrito de equipamentos eletrônicos, inclusive telefones e automóveis e preferem viver afastados do restante da sociedade.
A pergunta é: Será que precisamos viver afastados de tudo e de todos para que possamos preservar os nossos valores?
Para viver Raizes Culturais é preciso ter a coragem de ser autentico e possuir uma identidade com os valores que sustentam e dão alicerce a nossa familia.
E para dar mais alguns exemplos, e isto pode ser usado para as palestras sobre este princípio, é quando olhamos alguns documentos que fazem parte da nossa vida.
Na carteira de identidade, motorista e carteira de trabalho, se olharmos bem, lá está o nomes dos nossos pais. Parece que ali estão para que não esqueçamos que os valores que eles nos ensinaram é para ser usado em todos os momentos de nossa vida.
Se verdadeiramente fosse colocado em pratica estes valores, certamente teriamos um trânsito onde as pessoas respeitariam mais as outras; no trabalho, ninguém passaria por cima de um colega buscando projeção; no comércio, devolveriamos o troco dado a mais e solicitariamos sempre a nota fical.
Taí uma dica para fazer abertura das reuniões no mês de Janeiro.
E não esqueça de vez em quando pegar as fotos que fizeram parte da tua familia, pais, irmãos, tios e primos, e veja o que você está vivendo dos valores que foram passados para você.
E não esqueça de perguntares a você mesmo: Quem sou eu?

Um excelente começo de ano para todos nós. Que possamos viver os verdadeiros valores e contribuir para que os nossos filhos tenham uma sociedade melhor de ser vivida.


Sérgio Carlos de Oliveira