sábado, 23 de abril de 2011

Pais e Filhos Não São Iguais: a autoridade valorizada.


“Lembrai-vos do que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus:
Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?”
Santo Agostinho.

Nunca a autoridade dos pais foi tão questionada quanto estamos observando nestes últimos anos.

E ao começar com uma citação de Santo Agostinho onde ele coloca para os pais uma pergunta que, se por um lado nos questiona, também por outro nos dá uma certeza: nós pais não podemos abrir mão da nossa autoridade na educação dos nossos filhos.

É claro que precisamos ter em mente que a autoridade dos pais é uma autoridade condicionada pelas suas próprias limitações, pela dos filhos e pelo ambiente;

Lembram do nosso 2º Principio: Pais Também São Gente?

Temos as nossas limitações e a paternidade não nos dá super poderes.

O maior medo dos pais talvez seja não saber o quanto estão exercendo a sua autoridade sem ser autoritário.

É preciso ter em mente que a autoridade dos pais não se traduz num poder absoluto e eterno, mais transitório e maleável, à medida que os filhos forem assumindo as próprias responsabilidades e o poder de escolher e decidir sobre si mesmos.

Querendo ser amigos dos nossos filhos, por vezes, buscamos criar maior intimidade e esquecemos a nossa autoridade.

Também não é dizendo sim a todos os pedidos dos nossos filhos que vamos conquistar o seu respeito e fazer com que permaneçam perto de nós.

A maior aproximação dos nossos filhos se dará no dialogo, na cooperação e, acima de tudo, explicar-lhes a importância das nossas atitudes de comando.

Ao ouvirmos os nossos filhos (seus argumentos), não significa que estamos abrindo mão da nossa autoridade, mas sim a exercendo com competência, transferindo-lhes, gradativamente, o poder sobre si mesmo.

Quando nos pais deixamos de exercer a nossa autoridade, deixamos um espaço que será ocupado por nossos filhos sem que eles tenham estrutura moral e psicológica para assumir tal responsabilidade, podendo transformar o lar num ambiente de irresponsabilidade, relaxamento e inconseqüências.

Acredito que uma maior aproximação dos nossos filhos se dará na forma como valorizamos os nossos sentimentos e os sentimentos dos nossos filhos.

Os grandes questionamentos que devemos fazer em relação a nós mesmos e que podem também contribuir para uma maior aproximação dos nossos filhos são: Qual a imagem que passo para os meus filhos? Sou uma pessoa que se pode confiar? Qual o meu prestigio junto aos meus filhos?

E outro aspecto que merece uma atenção especial é a importância da união do casal na tomada de decisões.

Cada um deve potencializar a autoridade do outro nas oportunidades de dialogo com os filhos.

A existência de domínio da autoridade por um dos cônjuges é extremamente prejudicial para a harmonia do lar.

O nosso lar precisa ser acolhedor e um espaço de realização plena de afeto, carinho e amor.

Um grande e fraterno abraço a todos.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pais e filhos não são iguais: e não poderiam ser mesmo


Não dá para ser igual quando a natureza
cria para ser diferente.


Ao falar sobre este princípio, a imagem que me vem à mente é de um barco. Num barco, todos têm funções a cumprir e o capitão é o guia de todos.
É o capitão que define as rotas após uma análise das cartas náuticas. E nos momentos de tempestades é ele que está à frente tomando decisões e encorajando a todos.
É a hierarquia e as funções pré-definidas que faz com que a embarcação não tenha problemas.
E quando existe uma insubordinação, quem decide o que vai acontecer com o insubordinado é o capitão.
No entanto, o capitão também sabe ser amigo da sua tripulação e precisa ser nos momentos em que um marujo precisa de um conselho.
E o capitão é valorizado por sua autoridade que tem muito a ver com a vivência em alto mar mediante as dificuldades que já enfrentou.
Na nossa casa não existe a figura única de um capitão. O comando da nau familiar é exercido pelo pai e pela mãe que decidem em conjunto a forma como tudo vai funcionar.
E este papel de pais exige amor e não é uma relação apenas de amizade. Amigos os filhos têm muitos e em várias fases da vida e em diferentes locais. Pai se tem só um. Mãe é mãe e amiga é amiga. A amizade pode mascarar os papeis ou anulá-los.

Quando os pais são a referência na educação e comportamento para os seus filhos, invariavelmente passam a nutrir respeito e admiração e sentem-se plenamente seguros com a autoridade exercida.
Nota-se que, agindo assim, o papel de pais se torna valorizador pela forma como a autoridade será compreendida pelos filhos.
Claro que haverá momentos em que algumas tempestades vão assolar esta nau familiar e gerar algumas crises.
A tripulação familiar poderá testar a autoridade e os limites até onde pode ir na conquista de vantagens ou até mesmo na manipulação colocando os pais um contra o outro.
Nestes momentos os pais precisam estar cientes do papel que devem exercer em seus lares, buscando a harmonia, o respeito, a confiança, os deveres, os limites e as obrigações de cada membro da família, exercendo o seu papel com dignidade e contribuindo para que os seus filhos tenham estes mesmos valores quando tiverem a sua própria família.
Quando os papéis de pais e filhos são entendidos como complementares um do outro, não como opostos, as diferenças que existem complementam, acrescentam, para que cada um possa ter o seu lugar bem definido.
E neste entendimento mútuo familiar, o fato de pais e filhos não serem iguais pode ser entendido como soma, partilha e não como confronto.
É comum ouvir de alguns filhos que, quando atingir a maioridade as coisas vão mudar, que vão ter mais “liberdade” para ir e vir.
Acontece que estes filhos esquecem que a questão da igualdade não depende absolutamente da legalidade. Pais cujos filhos adultos ainda moram consigo, continuam a ter o direito de fixar todas as regras no próprio lar.
Enquanto pais precisamos dar condições para o aprendizado dos nossos filhos com a mesma energia para deixá-los assumirem as responsabilidades dos atos que tomarem.
E o aprendizado que este princípio deixa para os pais é a busca diária da honestidade como fator preponderante como base nas relações no lar.
Eu não tenho a menor dúvida em dizer que, a forma como lidamos com a nossa autoridade no nosso lar, é que vai fazer a diferença entre navegar por um mar de almirante ou um mar com ondas revoltas a ponto de colocar em risco a segurança da nau familiar podendo levá-la a pique.