quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tomada de Atitude e a Pedra no Sapato!



A minha personalidade está diretamente ligada
na forma como eu tomo atitudes para solucionar os meu problemas.


         Antes de começar a falar sobre o 7º Principio – Tomada de Atitude – vou contar-lhes uma história para ilustrar o que pretendo escrever.

         “Um dia deste ao sair de casa, já caminhando na rua, notei que estava com alguma coisa dentro do sapato. Pelo incomodo deveria ser uma pedrinha. Porém, não parecia ser nada que fosse merecedor de atenção. Conforme eu caminhava a danadinha também se movimentava. Ai, eu dava uma paradinha e batia com o bico do sapato no chão para a pedrinha ir para frente. Como a caminhada até o meu destino era um pouco longa, várias vezes eu tinha que parar e colocar a pedrinha para frente. Já perto do meu destino o que parecia ser algo inocente começou a causar transtornos. A danada da pedrinha já estava me causando desconforto e uma certa dorzinha. Parecia que a danadinha tinha aumentado de tamanho. A estratégia de bater com o bico do sapato no chão não resolveu mais. Agora já era um problema. Eu já não conseguia andar direito. Não via a hora de chegar ao meu destino. Quando cheguei ao prédio e entrei no elevador, já estava sentindo dor no pé. Ao entrar no consultório médico fui direto ao banheiro. Quando tirei o sapato, a meia estava furada e tinha aparecido uma bolha na planta do pé. E tudo isto por causa de uma simples pedrinha que não tinha o tamanho de um grão de arroz. E o pior de tudo é que faria um exame e precisaria tirar a roupa. Já imaginaram o vexame ter que tirar o sapato e aparecer a meia furada? E tudo isto porque eu não parei e Tomei a Atitude de tirar a pedrinha quando eu senti que algo me incomodava?”

         Não é difícil perceber que a não Tomada de Atitude só nos traz prejuízos físicos, financeiros e, o que é bem pior, emocionais.

         Porém é preciso que tenhamos um olhar mais atento às nossas relações, sejam elas entre casais, pais e filhos, namorados e amizades, para que possamos perceber o quanto a relação está sendo construtiva ou até que ponto estamos ficando doentes.

         E quando é que ficamos doentes numa relação? Quando nos tornamos codependentes.

         A codependência é uma doença assim como a dependência e precisa ser tratada.

         E como é que nos tornamos codependentes? Quando passamos a viver a nossa vida em função de outra pessoa e deixamos de Tomar Atitudes pelo envolvimento emocional e principalmente pela baixa auto-estima que acomete o codependente.

         O codependente vive uma relação de autodestruição uma vez que abandona a sua vida para viver a vida de outra pessoa.

         O codependente vive querendo mudar o comportamento do outro e ao não conseguir (o 6º Principio – Comportamento - aborda muito bem que tal ação é impossível), passa a conviver com sentimentos ruins como raiva, frustração e desespero que o levarão, inevitavelmente, a baixa auto-estima que nasce de uma simples pergunta: Onde foi que eu errei?

         E o mais danado de tudo é que a baixa auto-estima faz que a pessoa entre numa rota só de perdas: confiança em si mesmo, nos outros, nos seus sentimentos e principalmente a fé. Acha que Deus a abandonou.

         Este turbilhão de sentimentos faz com que não tenhamos forças para a Tomada de Atitude e vamos ficamos doentes mental, físico e emocionalmente.

         E ai é que entra a importância do grupo de acolhimento nas nossas reuniões de Amor-Exigente.

         É no acolhimento que vamos fazer com que as pessoas percebam o quanto a codependência tem trazido perdas para a vida delas.

         Uma coisa é preocupação com o outro; isto é normal. Outra coisa é obsessão; isto é doentio.

         Também é importante saber que a não Tomada de Atitude nasce da dúvida do que pode acontecer com o outro caso aconteça uma Tomada de Atitude.

         Notem que quando queremos Tomar uma Atitude pensando no outro, não tomamos atitude.

         No grupo do acolhimento quando alguém me pergunta:

-Serginho, se eu tomar esta atitude o que vai acontecer com ele?

         Respondo:

-Não sei. A única coisa que eu sei é que você disse que não estava feliz com a vida que está levando e que precisa mudar urgentemente. Então está na hora de pensar no que é melhor para você.

         Aliás, eu gosto muito de uma frase de Albert Einstein que diz assim: “Louco é que faz sempre a mesma coisa e espera resultados diferentes”.

         É preciso que aconteça algo diferente para que possamos perceber que algo vai ser diferente.

         Percebam que a Tomada de Atitude exige de nós um desligamento emocional em relação ao outro. Você vai tomar uma atitude tendo como referência  a não vida que você está levando e não na boa vida que o outro está vivendo.

         E o mais incrível de tudo isto é que este “problema” começou como a minha pedrinha no sapato e que se tornou num “baita problema”, uma vez que não tomei a atitude que deveria ter tomado quando senti o primeiro desconforto.

         A não Tomada de Atitude nos deixa doentes e passamos a ter uma pedra no nosso sapato que vai aos poucos transformando as nossas vidas até o ponto que não conseguimos mais caminhar com as nossas próprias pernas.

         Toda Tomada de Atitude deve gerar uma Crise. Se não gerar uma Crise é porque não foi uma Tomada de Atitude. Porém Crise é para o próximo texto.

         E para encerrar, não esqueça que a Tomada de Atitude não exige apenas coragem (texto anterior no blog), se não os medrosos jamais tomariam atitude.            

         Exige sim um questionamento pessoal sobre o que estamos fazendo da nossa vida e se isto está me deixando feliz. Se a resposta for não: vamos à luta!

        
Dica para trabalhar o princípio do mês:

Levar uma meia furada e falar o que escrevi no inicio do texto. Não se esqueça de demonstrar como você fazia para a pedrinha ir para frente do sapato. A encenação ajuda à compreensão e desperta a atenção de todos.

 Um grande a fraterno abraço a todos. Principalmente para o grupo de Amor-Exigente da cidade de José Bonifácio – SP

 Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenador Regional em Santa Catarina