sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pais e filhos não são iguais: e não poderiam ser mesmo


Não dá para ser igual quando a natureza
cria para ser diferente.


Ao falar sobre este princípio, a imagem que me vem à mente é de um barco. Num barco, todos têm funções a cumprir e o capitão é o guia de todos.
É o capitão que define as rotas após uma análise das cartas náuticas. E nos momentos de tempestades é ele que está à frente tomando decisões e encorajando a todos.
É a hierarquia e as funções pré-definidas que faz com que a embarcação não tenha problemas.
E quando existe uma insubordinação, quem decide o que vai acontecer com o insubordinado é o capitão.
No entanto, o capitão também sabe ser amigo da sua tripulação e precisa ser nos momentos em que um marujo precisa de um conselho.
E o capitão é valorizado por sua autoridade que tem muito a ver com a vivência em alto mar mediante as dificuldades que já enfrentou.
Na nossa casa não existe a figura única de um capitão. O comando da nau familiar é exercido pelo pai e pela mãe que decidem em conjunto a forma como tudo vai funcionar.
E este papel de pais exige amor e não é uma relação apenas de amizade. Amigos os filhos têm muitos e em várias fases da vida e em diferentes locais. Pai se tem só um. Mãe é mãe e amiga é amiga. A amizade pode mascarar os papeis ou anulá-los.

Quando os pais são a referência na educação e comportamento para os seus filhos, invariavelmente passam a nutrir respeito e admiração e sentem-se plenamente seguros com a autoridade exercida.
Nota-se que, agindo assim, o papel de pais se torna valorizador pela forma como a autoridade será compreendida pelos filhos.
Claro que haverá momentos em que algumas tempestades vão assolar esta nau familiar e gerar algumas crises.
A tripulação familiar poderá testar a autoridade e os limites até onde pode ir na conquista de vantagens ou até mesmo na manipulação colocando os pais um contra o outro.
Nestes momentos os pais precisam estar cientes do papel que devem exercer em seus lares, buscando a harmonia, o respeito, a confiança, os deveres, os limites e as obrigações de cada membro da família, exercendo o seu papel com dignidade e contribuindo para que os seus filhos tenham estes mesmos valores quando tiverem a sua própria família.
Quando os papéis de pais e filhos são entendidos como complementares um do outro, não como opostos, as diferenças que existem complementam, acrescentam, para que cada um possa ter o seu lugar bem definido.
E neste entendimento mútuo familiar, o fato de pais e filhos não serem iguais pode ser entendido como soma, partilha e não como confronto.
É comum ouvir de alguns filhos que, quando atingir a maioridade as coisas vão mudar, que vão ter mais “liberdade” para ir e vir.
Acontece que estes filhos esquecem que a questão da igualdade não depende absolutamente da legalidade. Pais cujos filhos adultos ainda moram consigo, continuam a ter o direito de fixar todas as regras no próprio lar.
Enquanto pais precisamos dar condições para o aprendizado dos nossos filhos com a mesma energia para deixá-los assumirem as responsabilidades dos atos que tomarem.
E o aprendizado que este princípio deixa para os pais é a busca diária da honestidade como fator preponderante como base nas relações no lar.
Eu não tenho a menor dúvida em dizer que, a forma como lidamos com a nossa autoridade no nosso lar, é que vai fazer a diferença entre navegar por um mar de almirante ou um mar com ondas revoltas a ponto de colocar em risco a segurança da nau familiar podendo levá-la a pique.


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