segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Espiritualidade de Natal


A Vida é uma viagem. O prazer desta viagem vai depender do peso da minha bagagem. 

"Minhas escolhas são minhas, não são suas ou de quem quer que seja. Quando eu carrego as consequências das minhas escolhas, elas não pesam para mim mais do que o necessário. Quando eu carrego o meu peso, ele não é tão pesado para mim. Agora, se eu carrego o teu peso ele fica muito pesado para mim, tanto quanto fica pesado para você carregar o meu”.

(desconheço o autor)


            A vida da gente pode ser comparada a uma viagem. E como toda a viagem o peso que vamos carregar na nossa bagagem, pode ser determinante para o prazer ou desprazer desta jornada que é exclusivamente pessoal.
            Normalmente quando vamos viajar levamos tantas coisas que na volta vamos concluir que, mais da metade não serviu para nada.
            Na viagem da vida, a estrada é longa e o caminho muitas vezes nos esgota, pois o peso da carga que nós nos atribuímos não é proporcional à nossa capacidade, à nossa resistência e o esgotamento aparece aos poucos.
            Vamos ultrapassando os nossos limites físicos e, principalmente, os emocionais que tanto nos angustiam provocando ansiedade e depressão. Os excessos pesam e retiram a nossa vontade de viver.
            E ai, sem nos darmos conta, transformamos para pior o ambiente em que vivemos, transferindo para aqueles que convivem conosco uma carga que não é deles e, em grande parte, também não é nossa.
            Então, chega um dia que temos que estar frente a frente com a nossa bagagem. Teremos que examiná-la, abri-la e olhar no fundo dela, mesmo que isso possa ser doloroso e desagradável.
            Por certo vamos encontrar coisas que pesam muito como as nossas decepções, vergonhas, mágoas, lamentos, lembranças ruins, vícios, traumas, rancores, tristezas, fracassos, feridas que não cicatrizaram; sentimentos de ódio, de derrota e ressentimentos;
            Se carregarmos todos estes pesos negativos por muito tempo, mais cedo ou mais tarde não seremos mais capazes de continuar a nossa viagem, pois a carga vai se tornando cada vez mais pesada impedindo-nos de apreciar a beleza do viver.
            Não se intimide. Tome uma atitude corajosa e livre-se deste peso inútil que esta ocupando uma grande parte da tua bagagem.
            E os excessos de peso que você está carregando e que não te pertencem, as cargas alheias, chegou a hora de corajosamente devolvê-las aos interessados.
            Se assim o fizeres, você estará dando a elas a oportunidade de aprender a carregar a sua própria bagagem.
            Fazendo esta limpeza emocional, você estará abrindo espaço para carregar sentimentos que o tornarão mais feliz e com vontade de viver a tua viagem.
            Ao chegarmos diante de um novo ano, onde planejamos o que queremos fazer e que queremos ser, onde traçamos novas metas e desafios, também é uma excelente oportunidade para avaliarmos o que estamos levando na nossa bagagem.
            Portanto, não tenha medo de se perguntar: será que consigo prosseguir com a minha viagem e chegar ao meu destino com uma mala tão pesada? Pense mais em você e decida. 

UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!




sábado, 26 de novembro de 2011

Retaratos de Familia


Retratos de Família!

         -“Somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.”
         Quando sou convidado para falar do programa do Amor-Exigente nos encontros organizados por escolas ou igrejas para pais, invariavelmente tenho começado com a frase acima.
         Noto, ao terminar a frase, um certo desconforto entre os participantes. Para os mais vividos, pais acima dos 50 anos e avós, aquele ar de confirmação. Para os pais mais novos há um misto de tristeza e apreensão.
         E continuo:
-“Antes se consideravam bons pais, aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam as suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, na medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, e, ainda que pouco, os respeitem. E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado.Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos.
         O que mudou nas relações familiares?

         Porque os pais sentem-se perdidos e não conseguem mais educar os seus filhos repassando esta tarefa para os professores?

         Será que precisamos reinventar a família?

         Será, será, será.....

         Diante de tantas dúvidas, preocupações, medos e culpas, o que precisamos mesmo e de momentos para a reflexão e analise sobre como está o nosso comportamento pessoal, familiar e profissional.

         E o programa do Amor-Exigente, nas reuniões semanais de apenas duas horas, através dos seus doze princípios, nos propõe esta reflexão e um olhar primeiro para nós mesmos, depois, para a nossa casa e para a sociedade.

         A ideia de que a paternidade nos transforma em super-heróis é totalmente falsa, uma vez que nos coloca numa situação em que precisamos extrapolar os nossos limites físicos, financeiros e, principalmente, emocionais.

         Aos poucos vamos perdendo a noção de que pais também são gente e que temos os nossos sonhos e desejos e que não podemos viver apenas para a satisfação dos sonhos e desejos dos nossos filhos.

         Porém é preciso que tenhamos um olhar mais atento e cuidadoso para a nossa casa, nossa família e nossos filhos.

         Muito do que os filhos serão no futuro, está diretamente ligada à forma como foram educados dentro do lar e o quanto este lar foi verdadeiramente uma família.

         É preciso ter em mente que falar em educação é falar de limites, assim como, falar de família é falar de afeto.

         Limites não tem nada a ver com imposição de castigo ou punição. E isto é importante deixar bem claro.

         O castigo está diretamente ligado à paciência e humor de quem esteja querendo aplicar o “corretivo”. Sendo assim, a forma como será aplicada esta “correção” é muito relativo. Portanto, tende muito mais a deseducar a criança.

         O que é ruim pode piorar. Ao aplicar o castigo e ver que “passou da conta”, normalmente bate um arrependimento e um sentimento de culpa, fazendo com que haja o desejo de se redimir. Ai vai haver uma condescendência justamente naquilo que se pretendia corrigir.      

         E ao olharmos com atenção para o retrato do que tem sido a família neste momento vamos perceber que a maioria dos problemas na relação entre pais e filhos, está relacionada à disputa e conflito de poder.

         Os filhos testam a todo instante os limites dos seus pais. Ai, os pais ficam num grande dilema em saber até onde ir sem ser autoritário e até onde deixar de ir sem ser permissivo.

         Este equilíbrio buscado a todo instante, será possível a partir de exemplos vivenciados entre o casal, que servirá de alicerce na educação do filho.

         O exemplo demonstrará que as regras são para todos e não somente para o filho.

         Jamais esquecer que os defeitos dos nossos filhos são filhos dos nossos defeitos.

            E uma dica de como lidar com crianças  e que gosto muito de salientar nos bate-papos com os pais, é o que Içami Tiba escreve no seu livro “Quem Ama Educa”:
 Para o Atendimento Integral a uma criança, são cinco os passos a serem seguidos:
1) PARAR – Parar o que estiver fazendo ou pensando e dar atenção total à criança. Caso não possa parar naquele exato momento, vale colocar uma das mãos no ombro da criança enquanto diz que logo vai atendê-la. A criança deve ficar esperando ali, juntinho de você. É fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre o que a criança vai falar.

2) OUVIR – É a parte racional. Os pais devem olhar no fundo dos olhos da criança, como se a ouvissem com os olhos. A criança precisa aprender a se expressar. Não se deve tentar adivinhar o que ela quer. Quando pede alguma coisa, ela está desenvolvendo sua capacidade de pensar, de formular uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam compreendê-la.

3) OLHAR – É a parte instintiva. Tudo o que se percebe visualmente também tem de ser considerado para compreender a criança.

4) PENSAR – Todos os elementos percebidos, tanto visualmente quanto verbalmente, mais o sentido educativo que se queira imprimir na formação da criança, devem fazer farte da resposta a ser dada. Sentido educativo é o objetivo a ser atendido com a educação que está sendo dada.

5) AGIR – Essa ação ou resposta deve ser bem clara e objetiva, saciando o desejo e a necessidade da criança, e estimulando a autonomia e a autoestima.
         Gente, filhos são dádiva de Deus. Jamais serão desgraças ou problemas que atrapalham o nosso convívio familiar.

         No ultimo encontro realizado com pais, que foi uma entrega de boletins na escola, como tinha uma quantidade muito grande de filhos que os acompanhavam, resolvi fazer algo inusitado. Chamei todos os filhos à frente e falei para os pais:

-“Pai e Mãe peço que neste momento olhe para o seu filho. Lembra quando ele nasceu? Lembra quando você o tomou em seus braços pela primeira vez? Lembra quando ele começou a caminhar? Lembra da primeira vez que ele disse Mamãe e Papai? Lembra quando você o deixou no primeiro dia de escola? Você percebeu o quanto ele cresceu? Lembra quantas vezes você disse que o amava? Hoje ele veio até aqui com você Pai e Mãe. O que vocês conversaram até chegar na escola? Como será a conversa depois de pegar o boletim?. Agora para aqueles casais que aqui estão, gostaria que o Pai e Mãe dessem as mãos. Está sentido o calor da mão da sua esposa e a esposa está sentido o calor da mão do marido? Lembra quando vocês pensaram em ter um filho? Hoje ele está aqui. Olhe para ele. Veja o quanto ele é parecido com você pai e mãe.

-Agora você filho olhe para a sua Mãe e seu Pai. Ou só para a sua Mãe ou só para o seu Pai. Quanto tempo faz que você não olha para eles, ou para ele ou ela, e viu que ele ou ela mudaram? Quanto tempo faz que você não conversa com ele ou com ela? Qual foi a ultima vez que você o beijou? Quando foi a ultima vez que vocês sentaram como uma família? Quando foi a ultima vez que você pediu ajuda para eles? Quando foi a ultima vez que você disse que os amava muito?

-Agora peço a vocês filhos que voltem para perto dos seus pais e deem um abraço neles.

         Foi um momento gratificante onde a emoção tomou conta de todos e as lagrimas foram apenas a confirmação do quanto Deus nos ama e quer que sejamos uma família feliz onde o amor esteja presente e seja o alicerce para nos sustentar nas adversidades.

         Um grande abraço a todos e que a paz esteja presente em cada coração que ler este texto.

Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenados Regional do Amor-Exigente em Santa Catarina

        

        

           

        

        

        

 



        

        










domingo, 18 de setembro de 2011

Grupo de Apoio


Grupo de Apoio: o lugar onde você pode ser quem você realmente e sem medo de ser feliz!

            O mês de setembro para quem freqüenta as reuniões do programa do Amor-Exigente é a oportunidade de poder perceber o quanto somos infinitamente melhorados com o simples fato de poder falar e ser ouvido.

            Eu tenho dito que nas reuniões que o programa do Amor-Exigente é um espelho de duas faces. Quando eu falo de mim estou me olhando e vendo a minha realidade; o outro que me escuta se vê no que eu falo e diz:
-Engraçado, acho que você está falando da minha vida.
            É na partilha dos sentimentos, da realidade vivida, na dor dividida que vamos nos dar as mãos e perceber que não estamos mais sozinhos.
            E ao partilhar, as pessoas não pedem nada, apenas que sejam ouvidas com empatia e com o coração. 
            Ao abrir o coração estamos dando o que de mais de precioso temos em nossas vidas, onde a dor tem tomado conta, a nossa própria vida.
            Então é preciso que eu seja acolhido com ternura. Preciso perceber que você se importa comigo.
            E quando percebemos que podemos ser quem verdadeiramente somos sem medo e vergonha do que estamos passando, sem culpa e ressentimentos, então vamos compreender que podemos ser felizes apesar das dificuldades.
            E o mais incrível é que as diferenças de cada um que chega ao grupo aos poucos vão tornando-se semelhanças que transformarão a vida de cada um percebendo que a sua realidade, também é a realidade de outras pessoas.
            Portanto é preciso que demos as mãos, que unamos os nossos corações. Sozinhos estamos perdidos, em grupo somos fortalecidos.
            Assim, neste mês eu vou levar um coração. Sim, vou levar uma almofada que é um coração vermelho. Pretendo falar sobre a importância de entendermos que somos dádivas e não desgraças.
            Pretendo mostrar o quanto descobrimos de nós mesmos na partilha com o outro.
            E para encerrar quero compartilhar uma mensagem que está no livro “Arrancar Máscaras! Abandonar Papéis”:
            As pessoas são dádivas
As pessoas são dádivas de Deus para mim.

Já vêm embrulhadas, algumas lindamente e outras de modo menos atraente.
Algumas foram danificadas no correio; outras chegam por “entrega especial”.
Algumas estão desamarradas, outras hermeticamente fechadas. Mas o invólucro não é a dádiva e essa é uma importante descoberta. É tão fácil cometer um erro a esse respeito, julgar o conteúdo pela aparência.

Às vezes a dádiva é aberta com facilidade; às vezes é preciso a ajuda de outros. Talvez porque já tenham sido magoados antes e não queiram ser magoados de novo. Pode ser que agora se sintam mais como “coisas” do que como pessoas “humanas”.

Sou uma pessoa: como todas as outras, também sou uma dádiva. Deus encheu-me de uma bondade que é só minha. E, contudo, às vezes tenho medo de olhar para dentro do meu invólucro. Talvez eu tenha medo de me desapontar. Talvez eu não confie no meu próprio conteúdo. Ou pode ser que eu nunca tenha realmente aceite a dádiva que sou.

Todo o encontro e partilha de pessoas é uma troca de dádivas. A minha dádiva sou eu; a tua és tu.

Somos dádivas um para o outro.
 

            Um grande e fraterno mês.

            Sergio Carlos de Oliveira – Serginho

            Coordenador Regional do Programa do Amor-Exigente em SC

sábado, 6 de agosto de 2011

A Crise e o Pênalti!


“Decisão do campeonato Acreano entre o time do Floresta e o Galvez. O empate em gols dá o titulo ao Floresta. Somente a vitória serve para o Galvez. O jogo está 1x1. Aos 44 minutos do segundo tempo, com a torcida do Floresta já cantando:

-Éeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee campeeeeeeeeeeeeeeeeeãoooooooooooooo..........Tá chegando a horaaaaaaaaaaaaaaa..........

            Porém, faltando um minuto para o encerramento do jogo o narrador aos gritos berra:

-É pênalti a favor do Galvez. Se fizer sagra-se campeão de 2011.

            Há uma comoção do lado dos torcedores do Floresta que não acreditam no que está acontecendo, contrastando com o grito de euforia dos torcedores do Galvez que não acreditavam mais nem em milagre:

-Galvez, Galvez, Galvez................

                        O técnico grita:

-Vai Teobaldo.

            O batedor oficial de pênaltis do Galvez tinha sido substituído ao 30 minutos do segundo tempo porque não estava jogando bem e o Teobaldo entrou no seu lugar. Pelo seu semblante a vontade era de dizer que não estava em condições de bater o pênalti que iria decidir a vida do Galvez no campeonato.

            A torcida grita:

-Teobaldo, Teobaldo, Teobaldo...

            Um frio correu pela “espinha” do Teobaldo e a vontade foi de simular uma lesão e sair carregado na maca.

            O narrador do jogo já quase rouco de tanto gritar        não conseguindo esconder a sua preferência berra:

-Pelo amor de Deus o Teobaldo vai bater o pênalti. Ele ainda está frio. O técnico deve esta louco.

            Realmente o Teobaldo estava frio. Aliás, gelado. Tremia da cabeça as pés de nervoso.

            O juiz coloca a bola na marca do cal e lá vai o Teobaldo que pega a bola e dá um beijo nela antes de se posicionar para bater. Lembra que hoje não tinha beijado a esposa e os dois filhos quando saiu de casa. E o beijo na bola parecia o beijo que não tinha dado na sua família.

            Teobaldo toma distância ao mesmo tempo em que passa um filme na usa cabeça. Se errar pode ser linchado pelos torcedores. Se errar vai ter que mudar de cidade e de time. O seu contrato vence no final do mês e por certo se errar não vai ser renovado. As traves do gol parecem que diminuíram de distancia e o gol ficou bem menor.

            Enquanto a torcida grita:

-Teobaldo, Teobaldo, Teobaldo..

            O torcedor do Floresta grita o apelido do seu goleiro:

-Urubu, Urubu, Urubu.......

            Teobaldo na sua angústia pensa:

-Este desgraçado ainda se chama Urubu. Esta ave agourenta. Bem que poderia ser “pombinha”.

            O juiz apita e um silêncio mortal toma conta do estádio. Lá vai Teobaldo caminhado em direção da bola. O narrador já quase perdendo a voz grita:

-Lá vai Teobaldo. Bate e..............................................
          

            O 8º principio do Amor-Exigente, Crise, sempre nos coloca numa situação de desconforto, uma vez que sugere uma situação ruim e a quebra do equilíbrio e da harmonia, gerando momentos de grandes incertezas e muita tensão.

            Não gostamos de crise e por certo ninguém gosta de passar por uma. Mas às vezes ela é inevitável. E quando ela surge precisamos enfrentá-la e tomar atitudes e não colocar as “sujeiras” problemas embaixo do tapete da nossa vida.

            Na crise é o momento que precisamos fazer escolhas sem esperar que surja o momento adequado para começar a agir. O normal é protelar e, quem sabe, esperar que a crise passe e tudo volte a ser como era antes.

            Toda tomada de atitude gera uma crise. E por isto que vamos empurrando com a barriga uma situação mesmo que ela já não nos traga mais felicidade. Porém, nos acostumamos com a dor e vamos ficando viciados em sofrer. Nos apegamos a comportamentos que comprovadamente não estão produzindo nenhuma mudança.

            Não gostamos de crise basicamente por dois grandes motivos: os outros é que sempre geraram crises e nós sofremos as conseqüências destas crises e, normalmente, só conseguimos ver o lado ruim das crises.

            Ao darmos uma importância demasiadamente grande para os riscos, inevitavelmente, vai gerar uma insegurança e medo que podem paralisar a pessoa, a ponto de não conseguir perceber as oportunidades de mudanças positivas que também são inerentes a todas as crises.

            Crise exige de nós uma mudança de conceitos e envolve sacrifícios e, muitas vezes, perdas. Não existe mudança sem dor.

            Vamos perceber que na crise tudo tem o seu custo e tudo gera conseqüências.

            A diferença é que quando nos tomamos as atitudes e geramos crises, somos nós é que vamos administrar a crise.

            Quando uma crise acontece em nossas vidas do tipo:

-Querido precisamos discutir a nossa relação.

            Então a crise vem nos mostrar que algo não está bem na nossa relação e que, por isto, precisamos refletir sobre as nossas decisões e enfrentarmos as nossas fragilidades.

            Ao focarmos apenas os riscos perdemos a oportunidade de mudança, de crescimento pessoal e de dar um novo sentido para a vida.

            Precisamos ter em mente que a grande maioria das pessoas que marcaram suas épocas, que foram considerados grandes homens e mulheres, com certeza enfrentaram momentos muito difíceis e complicados em algum momento da vida. Pessoas que fazem a diferença nos dias de hoje, em sua maioria, viveram grandes crises em suas vidas.

            Quando enfrentamos as crises vislumbrando a possibilidade de mudança, a esperança será o combustível que nos fortalecerá na trajetoria de vitória.

            Crise é para ser enfrentada e superada. Seja um vencedor e não uma vítima das crises.

Criar crises é um risco? Sim... o risco de dar certo.



Há! Quanto ao Teobaldo: acertou o carrinho do pipoqueiro que estava no lado de fora do estádio.



Sugestão para trabalhar o principio do mês:

Você pode criar vários aspectos relacionados ao esporte para trabalhar o principio do mês. Eu relacionei com o futebol. Porém, o que você escolher leve para falar do principio. Eu levei uma bola e encenei o pênalti.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tomada de Atitude e a Pedra no Sapato!



A minha personalidade está diretamente ligada
na forma como eu tomo atitudes para solucionar os meu problemas.


         Antes de começar a falar sobre o 7º Principio – Tomada de Atitude – vou contar-lhes uma história para ilustrar o que pretendo escrever.

         “Um dia deste ao sair de casa, já caminhando na rua, notei que estava com alguma coisa dentro do sapato. Pelo incomodo deveria ser uma pedrinha. Porém, não parecia ser nada que fosse merecedor de atenção. Conforme eu caminhava a danadinha também se movimentava. Ai, eu dava uma paradinha e batia com o bico do sapato no chão para a pedrinha ir para frente. Como a caminhada até o meu destino era um pouco longa, várias vezes eu tinha que parar e colocar a pedrinha para frente. Já perto do meu destino o que parecia ser algo inocente começou a causar transtornos. A danada da pedrinha já estava me causando desconforto e uma certa dorzinha. Parecia que a danadinha tinha aumentado de tamanho. A estratégia de bater com o bico do sapato no chão não resolveu mais. Agora já era um problema. Eu já não conseguia andar direito. Não via a hora de chegar ao meu destino. Quando cheguei ao prédio e entrei no elevador, já estava sentindo dor no pé. Ao entrar no consultório médico fui direto ao banheiro. Quando tirei o sapato, a meia estava furada e tinha aparecido uma bolha na planta do pé. E tudo isto por causa de uma simples pedrinha que não tinha o tamanho de um grão de arroz. E o pior de tudo é que faria um exame e precisaria tirar a roupa. Já imaginaram o vexame ter que tirar o sapato e aparecer a meia furada? E tudo isto porque eu não parei e Tomei a Atitude de tirar a pedrinha quando eu senti que algo me incomodava?”

         Não é difícil perceber que a não Tomada de Atitude só nos traz prejuízos físicos, financeiros e, o que é bem pior, emocionais.

         Porém é preciso que tenhamos um olhar mais atento às nossas relações, sejam elas entre casais, pais e filhos, namorados e amizades, para que possamos perceber o quanto a relação está sendo construtiva ou até que ponto estamos ficando doentes.

         E quando é que ficamos doentes numa relação? Quando nos tornamos codependentes.

         A codependência é uma doença assim como a dependência e precisa ser tratada.

         E como é que nos tornamos codependentes? Quando passamos a viver a nossa vida em função de outra pessoa e deixamos de Tomar Atitudes pelo envolvimento emocional e principalmente pela baixa auto-estima que acomete o codependente.

         O codependente vive uma relação de autodestruição uma vez que abandona a sua vida para viver a vida de outra pessoa.

         O codependente vive querendo mudar o comportamento do outro e ao não conseguir (o 6º Principio – Comportamento - aborda muito bem que tal ação é impossível), passa a conviver com sentimentos ruins como raiva, frustração e desespero que o levarão, inevitavelmente, a baixa auto-estima que nasce de uma simples pergunta: Onde foi que eu errei?

         E o mais danado de tudo é que a baixa auto-estima faz que a pessoa entre numa rota só de perdas: confiança em si mesmo, nos outros, nos seus sentimentos e principalmente a fé. Acha que Deus a abandonou.

         Este turbilhão de sentimentos faz com que não tenhamos forças para a Tomada de Atitude e vamos ficamos doentes mental, físico e emocionalmente.

         E ai é que entra a importância do grupo de acolhimento nas nossas reuniões de Amor-Exigente.

         É no acolhimento que vamos fazer com que as pessoas percebam o quanto a codependência tem trazido perdas para a vida delas.

         Uma coisa é preocupação com o outro; isto é normal. Outra coisa é obsessão; isto é doentio.

         Também é importante saber que a não Tomada de Atitude nasce da dúvida do que pode acontecer com o outro caso aconteça uma Tomada de Atitude.

         Notem que quando queremos Tomar uma Atitude pensando no outro, não tomamos atitude.

         No grupo do acolhimento quando alguém me pergunta:

-Serginho, se eu tomar esta atitude o que vai acontecer com ele?

         Respondo:

-Não sei. A única coisa que eu sei é que você disse que não estava feliz com a vida que está levando e que precisa mudar urgentemente. Então está na hora de pensar no que é melhor para você.

         Aliás, eu gosto muito de uma frase de Albert Einstein que diz assim: “Louco é que faz sempre a mesma coisa e espera resultados diferentes”.

         É preciso que aconteça algo diferente para que possamos perceber que algo vai ser diferente.

         Percebam que a Tomada de Atitude exige de nós um desligamento emocional em relação ao outro. Você vai tomar uma atitude tendo como referência  a não vida que você está levando e não na boa vida que o outro está vivendo.

         E o mais incrível de tudo isto é que este “problema” começou como a minha pedrinha no sapato e que se tornou num “baita problema”, uma vez que não tomei a atitude que deveria ter tomado quando senti o primeiro desconforto.

         A não Tomada de Atitude nos deixa doentes e passamos a ter uma pedra no nosso sapato que vai aos poucos transformando as nossas vidas até o ponto que não conseguimos mais caminhar com as nossas próprias pernas.

         Toda Tomada de Atitude deve gerar uma Crise. Se não gerar uma Crise é porque não foi uma Tomada de Atitude. Porém Crise é para o próximo texto.

         E para encerrar, não esqueça que a Tomada de Atitude não exige apenas coragem (texto anterior no blog), se não os medrosos jamais tomariam atitude.            

         Exige sim um questionamento pessoal sobre o que estamos fazendo da nossa vida e se isto está me deixando feliz. Se a resposta for não: vamos à luta!

        
Dica para trabalhar o princípio do mês:

Levar uma meia furada e falar o que escrevi no inicio do texto. Não se esqueça de demonstrar como você fazia para a pedrinha ir para frente do sapato. A encenação ajuda à compreensão e desperta a atenção de todos.

 Um grande a fraterno abraço a todos. Principalmente para o grupo de Amor-Exigente da cidade de José Bonifácio – SP

 Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenador Regional em Santa Catarina



          

                           

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O 6º Principio do Amor-Exigente é Influenciador


A tartaruga não foge dos problemas: aonde ela vai leva a sua casa junto.
                Chegamos ao sexto principio do Amor-Exigente e já começamos a notar que estamos na metade do ano e, para alguns, o que fora prometido no primeiro dia do ano, enquanto mudança a ser realizada, pouca coisa foi colocada em pratica.
            O comportamento é a base do que caracteriza-se o programa do Amor-Exigente. Neste sentido, este princípio é de fundamental importância para as pessoas que freqüentam as nossas reuniões no entendimento do porque ser este princípio influenciador.
            E ao falarmos sobre este principio precisamos ter em mente que o nosso comportamento resulta da interação com as pessoas e com o meio a que pertencemos. Quando este meio se torna radicalmente diferente é inevitável que o nosso comportamento também vá sofrer mudanças radicais.
            O maior problema é que, por vezes, a mudança do meio vai acontecendo aos poucos, assim como a nossa, e não nos damos conta do quanto já mudamos, geralmente para pior, que nos esquecemos de como era a nossa vida antes da nossa mudança.
            E esta mudança é perfeitamente perceptível quando as pessoas chegam pela primeira vez à reunião do Amor-Exigente no grupo de acolhimento.
            O meio as influenciaram de tal forma que elas tornaram-se doentes no processo da codependência, quando passaram a viver as suas vidas em função de alguém que também é um doente.
            Normalmente eu faço três perguntas para as pessoas na reunião do acolhimento: “Você é feliz com a vida que você está levando?” ‘Como é ser você?”e “O que você acha que o teu filho perdeu usando drogas?”; quando o que trouxe ao grupo foi o problema das drogas.
            Neste momento é que as pessoas vão notar o que a alteração drástica do meio fez com as suas vidas. As lágrimas serão inevitáveis.
            Quando tentamos mudar o outro e não conseguimos, até porque é impossível mudar o outro, bate uma sensação de decepção, raiva e baixo-astral, que vai influenciar diretamente na auto-estima das pessoas.
            E ai meus amigos de caminhada eu lembro uma frase que gosto muito: “Somos tão felizes quanto felizes são os nossos relacionamentos”.
            Por isso o 6º principio precisa ser vivido e analisado em toda a sua plenitude, para que tenhamos a exata noção de que o nosso compromisso precisa ser com a nossa mudança e não podemos assumir a responsabilidade pela mudança dos outros.
             E ai é que entra a tartaruga. Algumas pessoas pensam que mudando de ambiente, nossa vida mudará automaticamente. Estas esquecem que sempre levamos a nossa casa às costas: os nossos valores, percepções, pensamentos e a nossa forma de lidar com as pessoas e sentimentos.
            A grande dificuldade é a pessoa perceber que ela é que precisa mudar. Por mais que pareça paradoxal.
            É perfeitamente compreensível que as pessoas têm medo de mudança mesmo quando não estão felizes com que está acontecendo na vida delas.
            A mudança de comportamento exige de nós uma Tomada de Atitude. Ai gente entra o medo de que vai acontecer. Por quê? Por que geralmente pensamos nos outros e não em nós mesmos quando desejamos tomar uma atitude. E vem aquela perguntinha danada de ouvir: “Serginho o que vai acontecer com o outro se eu mudar de comportamento?” Ai eu respondo: “Não sei. A única coisa que eu sei é que você tinha dito que não estava feliz com a situação que estava vivendo e que era extremamente difícil ser você. O outro precisa mudar? Não porque ele não tem motivo nenhum para mudar. Tem casa, comida, roupa lavada, não precisa trabalhar e estudar, sai a hora que quer e chega a hora que quer. Ele está infeliz? Não. Então quem é que precisa mudar? Quem não está feliz.”
            Percebam então que a mudança de comportamento exige que saiamos da nossa zona de conforto, mesmo que esta zona esteja uma “zona”.
            Agora você não consegue mudar o que não consegue encarar. O Amor-Exigente é como um espelho onde você tem a oportunidade se ver como você realmente é sem meias verdades e buscando a sua verdadeira identidade. A codependência tira a identidade das pessoas. Você passa a ser o que os outros querem que você seja.
             Neste sentido, o 6º principio é Influenciador na mudança de comportamento, onde passamos a viver a plenitude das nossas vidas.
            Não viemos a este mundo para sermos infelizes. A vida é um presente de Deus. O que eu faço da minha vida será o meu presente para Deus. A sua vida é um presente para Deus?
            Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.
Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenador Regional do Amor-Exigente em Santa Catarina

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Culpa: a busca por respostas!


            O principio da culpa estudado no mês de maio nos grupos de Amor-Exigente mexe com os sentimentos das pessoas e provoca um turbilhão de reflexões e, no final, traz uma sensação de liberdade muito grande.
            Liberdade? Sim, de liberdade. E sabe por quê? Porque aprendemos a diferenciar culpa de responsabilidade.

            Eu aprendi a perceber bem o que a culpa faz com as pessoas a partir das reuniões de acolhimento. É quando as pessoas chegam pela primeira vez nos grupos de Amor-Exigente. Aliás, eu ando até pensando em bater uma foto quando alguém chega pela primeira vez e após algum tempo no grupo. A diferença é visível e incrível.

A grande pergunta talvez seja esta: quando é que começamos a sentir culpa?

Longe de querer apresentar aqui uma resposta que possa resumir todos os momentos que podemos nos sentir culpados, eu gostaria apenas de levar a uma reflexão como forma de contribuir para o entendimento porque nos sentimos culpados quando deveríamos nos sentir responsáveis.

Melody Beattie no seu excelente livro “Co-Dependência Nunca Mais”, tem uma frase que gosto muito e que pode servir de caminho para o que quero escrever: “somos tão felizes quanto felizes são os nossos relacionamentos”.

A culpa pode se apresentar quando algo no nosso circulo de relacionamento, seja o conjugal, com os filhos ou trabalho e amigos, não vai muito bem e procuramos apenas em nós a causa do problema.

E nestes momentos aparece o questionamento que nos leva diretamente à culpa: onde foi que eu errei? Como se precisássemos ser perfeitos e o ato de errar precisa ser punido. Claro que a punição seria o sentimento de culpa.

E a culpa, longe de ser algo construtivo, só nos traz sentimentos negativos como ódio, rancor, mágoa, tristeza, além de fragilizar a pessoa baixando a sua auto-estima e tornando-a facilmente manipulável.

E mais engraçado nesta história, se é que seja possível dizer engraçado, é que todos os dias escutamos as seguintes frases: “errar é humano” – “é errando que se aprende”.

Ora, se isto é verdade, porque nos culpamos quando erramos?

Talvez porque acreditamos que é errado errar e porque buscamos a perfeição. Achamos que devemos ser infalíveis e ilimitados. Esquecemos que somos gente e que os nossos recursos são limitados.

E porque este principio é libertador?

Porque passamos a compreender a grande diferença entre culpa e responsabilidade.

É loucura tentar buscar apenas a resposta por algo que o outro cometeu. Quem fez precisa arcar com as conseqüências do seu ato. Se eu me achar culpado pelo que o outro fez, estou tirando dele a oportunidade de crescer com aquilo que praticou.

Ora, quando é o meu filho que faz algo que, aos olhos da lei, precisa sofrer punição, a culpa é dele e precisa realmente arcar com as conseqüências. Eu, enquanto pai, caso ele seja menor de idade, sou responsável pelo meu filho. Más não culpado pelo que ele fez. Se eu assumir a culpa pelo ocorrido, precisaria na verdade ocupar o lugar dele perante a lei. Porém, a lei não aceita isto. Ainda bem, uma vez que alguns pais certamente assumiriam o lugar dos filhos se assim fosse possível.

Por isso é que não devemos pensar “onde foi que eu errei com o meu filho", e sim o que vou fazer a partir do que aconteceu.

Quando eu assumo a responsabilidade do papel de pai, eu verdadeiramente assumo o controle da situação e não saio procurando culpados que justifiquem a atitude do meu filho.

Daí a grande diferença entre culpa e responsabilidade. Se eu me achasse culpado, ficaria fragilizado e não teria condições físicas e emocionais para poder encontrar uma saída para o problema.

Neste sentido o Amor-Exigente faz que tenhamos um olhar mais carinhoso com nós mesmos a ponto de entender que a atitude que tomamos no passado, foi baseada nos recursos disponíveis naquele momento. Se fosse hoje, talvez tomássemos outra atitude, totalmente diferente daquela que outrora tínhamos tomado.

Portanto, eu não posso achar que errei naquele momento e ficar me culpando, pois deveria ter tido outra atitude.

Ao entender este processo também vai entender que a responsabilidade, além de libertar das amarras da culpa, leva-nos a ação e ao entendimento da necessidade de saber perdoar a si mesmo.

A espiritualidade, que tem o poder de nos trazer serenidade, é um fator determinante para que possamos entender os nossos limites e resgatar o entendimento do que seja ser gente.

Paz e bem para todos.



Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho

Coordenador Regional do Programa do Amor-Exigente em SC