segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Você puxa rede na sua casa?

Você puxa rede na sua casa?

"O todo é maior que a soma das partes"


Para as pessoas que moram próximas ao litoral e principalmente onde existem colônias de pescadores, já deve ter presenciado os pescadores puxando uma rede do mar.
Em virtude do tamanho e do peso da rede é preciso que vários pescadores ajudem para que a rede possa ser puxada até a areia.
E quando esta cena acontece no verão, em plena temporada de férias, outras pessoas se juntam aos pescadores para ajudar na tarefa. Aí, você vê pessoas de todas as idades fazendo força sem que precise ser chamadas a fazer tamanho esforço.
Quando o resultado do esforço chega até a praia, todos ficam maravilhados pela quantidade de peixes e por ter contribuído para o resultado final.
E o mais interessante de tudo é que todos saem felizes por ter ajudado os pescadores, mesmo que não ganhem “nadica de nada” pelo esforço.
Oura coisa que chama a atenção é que o número de mulheres é bem menor do que o número de homens e o grande número de crianças.
Quando você olha para as cadeiras e guarda-sóis, lá estão as mães olhando atentamente os seus filhos e maridos envolvidos na tarefa de forma alegre e participativa. Eles vão ter história para contar depois das férias.
E muitas mães também devem estar pensando que para levar o lixo para fora de casa é preciso haver uma conferência familiar para ver quem pode levar o danado do lixo.
Se pedir para alguém, este alguém poderá dizer em alto e bom tom:
-Por que eu?
Logo vai ser preciso uma discussão cansativa para ver quem vai levar o lixo para a lixeira.
Aí, perdemos a noção de que viver em família é viver a cooperação e que na praia, quando ajudamos a puxar uma rede, estamos praticando a colaboração.
A cooperação está vinculada à interação, a qual requer a formação de vínculos e a reciprocidade afetiva entre os participantes. O todo é maior que a soma das partes.
No ambiente familiar, a cooperação baseia-se na aceitação de uma liderança e de uma hierarquia voltada unicamente para o bem de todos, onde cada membro da família é responsável por uma parte da tarefa. Lembram do nosso principio Pais e Filhos Não São Iguais?
A nossa família não é propaganda de margarina, ou pelo menos não deveria ser, onde uma pessoa faz tudo, no caso à mãe, e os demais aproveitam. É mãe que coloca a mesa do café, é ela que tira e ela que lava tudo. É ela que vai colocar a mesa do almoço e da janta e, provavelmente, será ela que vai lavar. É ela que vai arrumar as camas e é ela que vai lavar as roupas. Isto até pode ser um hotel 5 estrelas, agora uma família é que não é.
A cooperação baseia-se no respeito a todos os membros da família e é obtida quando se exige de cada um deles o cumprimento das tarefas indispensáveis à manutenção e ao controle da própria família.
Ao contrário da rede na praia onde a minha colaboração não está baseada necessariamente ao resultado final, até porque pode ser que não venha nenhum peixe na rede, eu apenas estou contribuindo assim como os demais que se somaram aos pescadores.
Os pescadores que vivem na colônia, na forma como estão constituídos, sabem que a cooperação é que poderá garantir o pão de cada dia.
Saindo da praia e voltando para nossa casa, o que poderá garantir uma relação harmoniosa da nossa família não é apenas a intimidade ou o viver de baixo do mesmo teto, e sim a cooperação.
No grupo familiar que não existe cooperação, certamente existe a exploração. E aqui eu preciso dar um pulinho até o nosso 12º princípio e dizer que cada vez que fazemos por uma pessoa o que ela mesmo pode fazer, roubamos dela a possibilidade de realização.
Percebam que a cooperação é a oportunidade de realização individual dentro do grupo familiar. E se eu não ensinar aos meus filhos sobre a importância da cooperação em casa, eles não vão ser cooperativos quando tiverem o seu próprio lar e estamos contribuindo para uma sociedade muito mais egoísta, onde cada pensa em si mesmo e o resto, é resto.
Precisamos estar atentos pois acostumamos a valorizar nossos filhos por desejarem estar conosco e não por desejarem cooperar conosco. E que toda e qualquer cooperação precisa estar precedida de uma recompensa como se isto fosse uma disputa.
Talvez, como dica é claro, na próxima vez que estivermos na praia e acontecer um arrastão (puxar rede de peixe) e os nossos familiares saírem correndo para ajudar, alguém registre este momento para poder mostrar o quanto estavam felizes ajudando a puxar a rede. Ou quem sabe, comprar um quadro com a cena de todos puxando uma rede. Quem sabe assim, quando for requerida a cooperação de todos em casa, possam perceber que a felicidade e a alegria do lar deve ser muito mais importante do que apenas alguns momentos numa praia num determinado verão.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

5 comentários:

amor exigente disse...

Sérgio, adoro suas definições de cada príncipio, todo mês fico na espera de ver como vc vai trabalhar o principio e cada vez mais me surpreendo com vc.
Parabéns!!!!!
sou Mayra e faço parte do Amor-Exigente de Piumhi/MG

Anônimo disse...

Sérgio,
Faço parte do Amor-Exigente/Cactos, de Santos/SP.
Assim como a Mayra, eu também acesso mensalmente o seu blog.
Confesso que não foram poucas as vezes que repassei seus textos entre os amigos, mas não se preocupe seus direitos autorais foram preservados.
Por vezes pequenos detalhes nos passam desapercebidos, sendo que através de suas palavras estes são apresentados.
Continue assim. Você está de parabens!

Unknown disse...

Amigo Valdir!

A qualidade do nosso fazer nas reuniões do amor-Exigente, depende muito da qualidade do nosso compreender os princípios do programa. E aí, precisamos trocar experiências e somar esforços. A intenção do blog é justamente esta: oportunizar o debate. Fico feliz em contribuir para melhorarmos o nosso fazer nas reuniões.
Um grande e fraterno abraço.

Unknown disse...

estou sofrendo por amor o q eu faço vcs q são bem experiente nisso.me ajundem. antônia

mariaa disse...

Amei os textos, eles serão usados no meu grupo.
Maria das Graças de Souza e Silva
24/04/2011