segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Deus quis ser gente e tem gente querendo ser Deus.


O que eu sou não me completa ou que os outros querem que eu seja é demais para mim e eu deixo de ser gente?

O mês de fevereiro no Amor-Exigente reserva-nos, assim é claro como todos os outros princípios, um grande questionamento: por que é tão complicado ser gente?
E o título na verdade é uma provocação para que tenhamos o tempo da reflexão e olharmos a vida a partir de nós mesmos e não a partir do outro, tentando ser o que não somos ou ser apenas para querer agradar alguém.
Deus, na sua imensa sabedoria, envia o seu filho como humano e, portanto gente, para que Ele viesse ao mundo para salvar a todos nós.
Agora, Ele veio como gente e não como um Deus. E todas as vezes que alguém o buscava para salvação Ele dizia claramente: Foi a tua fé que te salvou.
E mesmo em alguns momentos quando provocado para agir como um Deus, Ele agiu como gente. Tanto que chorou ao saber da morte do amigo Lázaro.
E quando Ele poderia ter agido como um Deus e salvar-se do martírio fez ao contrário e sentiu todas as dores e morreu de uma forma muito mais dolorida.
Todos esperavam que Jesus naquele momento produzisse algo estrondoso, onde anjos viessem salvá-lo, raios e trovões cairiam para provocar um espetáculo inesquecível onde todos os seus algozes morressem. E o que aconteceu?
Quantas pessoas deixaram de crer que aquele que estava morrendo na cruz, na verdade não era um Deus e sim um simples mortal, simplesmente porque não viram grandes estardalhaços.
Por vezes fico pensando se Jesus tivesse produzido este show pirotécnico mudaria o curso da história ou não.
Ele decepcionou muita gente não fazendo este show, claro que sim. As pessoas esperavam que Ele fizesse mais do que apenas ser crucificado.
E ai eu fico pensando nesta passagem de Cristo entre nós e o nosso segundo princípio Pais Também São Gente.
Mesmo que alguns possam considerar que eu esteja ficando doido ao tentar fazer alguma relação do Cristo com o nosso princípio, gostaria que lessem em qualquer um dos apóstolos que escreveram sobre a vida de Cristo e notassem o quanto de humano/gente – Cristo foi em várias passagens narradas por estes apóstolos.
Sendo um Deus ele se fez humano/gente e nós pais muitas vezes queremos ser um Deus considerando que ser gente seja algo impossível para o atendimento das “necessidades” dos nossos filhos.
E além dos nossos filhos temos também a sociedade que nos cobra perfeições e isto faz com que tenhamos que esconder os nossos sentimentos.
E normalmente o que somos ou o que deixamos de ser, invariavelmente, é tendo os outros como parâmetros para a definição das nossas atitudes.
Querendo ser mais do que gente vamos tentando buscar uma perfeição que nos torna doentes e afastamo-nos da nossa essência. O ser gente é o caminho da sanidade. Demência é quando queremos atingir algo que ultrapassa a realidade do ser gente.
É importante que tenhamos em mente que é a diversidade de comportamentos é a forma ideal de uma sociedade subsistir, sem que nos tornemos robôs.
No entanto, o que buscamos é um “panteão de deuses”, onde todos tem poderes extraordinários e o sofrer, seja por qualquer coisa, não existe. Ninguém sente dor e por isso ninguém tem sentimento. Até porque, sentimento e emoção é coisa de “humano”, coisa de gente.
Daí a dificuldade de ser gente. Gente tem emoção e sentimentos. E quem tem estas “coisas”, fatalmente chora, sente dor, saudade, sorri, ama; e estes sentimentos parecem que são motivos de vergonha ou atestam que somos gente e não deuses ou super-homens ou super mulheres.
Tem uma passagem na Bíblia onde São Paulo diz assim: Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10); é a realidade do que eu sou verdadeiramente que pode me tornar forte. Vivendo a minha realidade, sem máscaras, sabendo dos meus limites, vivendo o meu eu verdadeiro aproximo-me do meu humano e de ser gente. Pois é justamente isto que pode me tornar forte. Vivendo o que eu não sou, eu vivo uma mentira e passo a ser o que os outros querem que eu seja e ai me torno fraco.
Talvez para muitas pessoas ser gente não tem graça. Que coisa mais chata isto de sentir saudade, medo, frio, chorar, angústia e dor. O bom, talvez, fosse não sentir nada disto. E ai, o que seriamos? Ou melhor, o que somos hoje?
E ai, como muita gente diz, nos grupos de Amor-Exigente as pessoas podem ser o que elas são, sem máscaras, com os seus medos, suas fraquezas, suas angustias, suas tristezas, suas derrotas, sua vitórias, alegrias, ou seja; ser gente.
Quantas pessoas que chegam pela primeira vez não conseguem falar e apenas choram? Ai você percebe que eles tentaram com todas as suas forças ser alguém acima do que elas poderiam ser. E você percebe isto nas lágrimas sinceras, no choro verdadeiro; ou quando dizem: “estou cansada(o), não quero mais viver.
E é justamente por isto que no mês de fevereiro eu vou as reuniões com a camiseta do super-homem.
Para mostrar para as pessoas o quanto é chato ser um super-homem. Você deixa de ser você mesmo, vive fugindo para ser o que você não é, não pode demonstrar sentimentos, não pode apaixonar-se, amar, enfim, que coisa mais chata.
Para encerrar nada melhor do que esta frase: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Para ser livre é preciso ser verdadeiro. A mentira o aprisiona. Portanto, seja você mesmo e não uma mentira.


Sergio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenador do Amor-Exigente em SC

Um comentário:

Anônimo disse...

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